Embalada
pela audição de uma gravação de seu nome, “Jealousy” de Yehudi Menuhin e
Stéphane Grappelli, terminei a leitura de mais um romance de Aquilino Ribeiro,
desta feita, Volfrâmio.
Escrito
em 1943, este romance retrata as vivências no Portugal profundo, rural,
serrano, à volta da exploração do minério que ambas as partes beligerantes do
conflito mundial desejavam ardentemente e que tudo faziam para obter a custos irrisórios.
Populações
que viviam miseravelmente e que de repente se viram confrontadas com a
possibilidade de arrecadarem alguns patacos, mediante o esgravatar de terrenos
incultos, pedregosos, de difícil e perigoso acesso, arrasando culturas se
preciso fosse, para acederem ao negro e luzidio volfro.
Uns
enriqueceram, outros apenas fugazmente, mas todos tentaram, quer através do
trabalho em minas, quer por conta própria ou roubando os pecúlios alheios,
arrecadar algo mais que lhes pudesse melhorar as suas vidas.
Impressionou-me
muito a leitura desta obra, não pelo uso de palavras e expressões que há muito
caíram em desuso, apesar de reconhecer em certos dizeres, vocábulos que ainda
hoje utilizamos e que é a forma de escrever de Aquilino Ribeiro, mas sobretudo,
pela discrição das condições em que viviam as populações, uma minoria abastada
e uma maioria vivendo muito mal, vidas rudes, incultas, trabalhando de sol a
sol e nada tendo de seu.
Um
retrato difícil de ler e aceitar…
Termino
recomendando que leiam Aquilino Ribeiro.
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