“Não se sabe de
onde vem
Cursos de
escrita criativa? Não têm sentido nenhum. A criatividade não se ensina. É
preciso ler. Ler muito. Ler sempre. Foi assim que aprendi: com os livros.
Homero, Camões, Petrarca, Rilke, Proust, Duras, Yourcenar, Wirginia Woolf,
Clarice Lispector, Carlos de oliveira, Marquesa de Alorna, Sophia… Alguém os
ensinou a escrever? Claro que não. A escrita é uma força da natureza, que não
se sabe de onde vem. É imponderável. Ou se tem a “chama” e a coragem de querer
“arder”, ou nada feito. Além disso, as oficinas que pretendem ensinar
criatividade, na verdade estão a “normalizá-la , dizendo como se deve fazer; a
pôr-lhe freio. Quando, na Literatura, tudo é possível! Se tivesse um curso
desses, chegava e dizia aos meus alunos apenas: vamos ler. Compreendo que algumas
pessoas se inscrevam por quererem, acima de tudo, ouvir de tudo, ouvir o
escritor de que gostam, aprender com a sua experiência. Mas recordo o meu
contacto com Duras, de quem me tornei amiga: ouvi-la era extremamente
interessante, no entanto, era nos livros que se revelava verdadeiramente
genial. São coisas diferentes. Por isso, a melhor forma de aprender com um
escritor é lê-lo.
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