sábado, 29 de setembro de 2018

Hoje, o dia foi de memórias...

Hoje, o dia foi de memórias, de trabalho, de Conferência na Casa Museu Frederico de Freitas, subordinada ao tema: práticas educativas museais, não sendo da área achei muito interessante.
O Luís foi à pesca e eu fui à livraria à procura de dois escritores e duas obras específicas, encontrei os escritores, mas não propriamente as obras que desejava, trouxe estas...
Boa noite, meus amigos...



segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Livro: A Autobiografia de Alice B. Toklas, Gertrude Stein, Relógio D’Água, 2017.


Terminei uma leitura muito interessante e curiosa, mas só no final a compreendi, Gertrude Stein (1874-1946), escreveu a sua autobiografia mas do ponto de vista de Alice, algo confuso não é?

Gertrude S. “era uma jovem escritora de 28 anos quando, em 1903, regressou a Paris e aí passou a residir com o seu irmão Leo.
Em 1907, chegou à capital francesa Alice B. Toklas, igualmente originária de uma abastada família californiana.”

Depois de se conhecerem, Alice foi trabalhar com Gertrude como sua assistente, vindo a tornar-se sua companheira.

A vida de Gertrude S. em Paris girava à volta dos múltiplos escritores e pintores que recebia aos sábados à noite, grandes tertúlias aconteciam em sua casa, ao mesmo dava apoio nas dificuldades por que passavam no início das suas vidas artísticas e influenciava os seus trabalhos.

Conheceu e foi amiga de muitos deles, Picasso, Cézanne, Matisse, Juan Gris, Scott Fitzgerald, Apollinaire, Cocteau, Pound, Hemingway e outros tantos.

Gertrude S. contribuiu para o esforço de guerra (Primeira Grande Guerra),  disponibilizando o seu carro ao Fundo Americano para os Feridos Franceses, desta forma Gertrude e Alice passaram a transportar o que era necessário entre hospitais na linha da frente, incluindo visitar doentes acamados.

Depois de a guerra terminar Gertrude e Alice regressaram a Paris e às rotinas de antes, se bem que a vida parisiense não voltou a ser o que era.

Este livro numa escrita rápida e sem ir muito ao fundo dos personagens reais, é essencialmente um conjunto de histórias sobre escritores e pintores e as suas vivências na Paris dos loucos anos do início do século XX.

De acordo com a própria autora foi escrito em apenas seis semanas.


domingo, 16 de setembro de 2018

Como toda a gente tenho...

Como toda a gente tenho e faço projetos de viagens, além das que faço a Lx para ver e estar com os meus filhos, os meus projetos de viagens realizam-se literariamente, através deles viajo pelo mundo, conheço geografias, pessoas, modos de viver e estar no passado e no presente, quanto melhor o escritor, mais real e prazerosa a experiência.
Assim, depois de percorrer o Oriente Médio pela mão de Gertrude Bell regresso à Europa, a Paris do início do séc. XX,  vou conhecer escritores e pintores que Gertrude Stein e Alice B. Toklas conheceram e com eles privaram naqueles loucos anos. Promete!
Posto isto, boa noite, ótima semana e leituras que vos transportem a outras paragens, meus amigos...



sábado, 15 de setembro de 2018

Livro: Uma Mulher na Arábia - Os Diários da Rainha do Deserto, Gertrude Bell, Relógio D’Água, 2017.


Terminei ontem à noite a minha vigésima segunda aventura literária, pela mão de Gertrude Bell (1808-1926) viajei literalmente pelo deserto arábico.

Gertrude B. depois de se formar com distinção em História Moderna na Universidade de Oxford, tornou-se uma das maiores viajantes do século XX, mas não só, foi também montanhista, estadista, linguista, arqueóloga, fotógrafa e escritora.

Foi responsável pelas políticas britânicas no Médio Oriente após a Primeira Grande Guerra, dedicando a sua vida à questão árabe, a ponto de redefinir as fronteiras que constituem hoje o Médio Oriente.”

Apesar de este livro ser composto por “uma seleção da sua correspondência privada e militar, entradas de diário e escritos de viagem”, em pouco mais de 200 páginas, pude entrar no seu mundo, vislumbrar o muito que viu e sentiu, construindo pontes entre o Ocidente e o Oriente Médio.

Achei interessante a forma como descreveu os povos arábicos, pelos quais nutre uma evidente e comovente admiração:

“ (…) a sabedoria deles é a de homens cujos canais de informação e padrões de comparação são diferentes dos nossos e que trazem um conjunto de ideias diferentes preconcebidas para lidar com os problemas que lhes são colocados. O oriental é como uma criança com muita idade. Está pouco familiarizado com muitas ramificações de conhecimento que nós passámos a considerar como sendo de necessidade básica; frequentemente, mas nem sempre, a sua mente está pouco preocupada com a necessidade de as adquirir e interessa-se muito pouco por adquirir o que nós chamamos de utilidade prática.”

“ (…) Por outro lado, os seus atos baseiam-se em tradições de conduta e moralidade que remontam ao início da civilização, tradições que permanecem inalteradas por qualquer mudança importante ao modo de vida às quais se aplicam e das quais originam.”

Gertrude B. mostrou ao Ocidente a forma de viver e pensar de povos que habitavam a Mesopotâmia e toda a Arábia, mas, sem descurar os interesses geoestratégicos britânicos na área, até por causa do petróleo:

Abadan, a refinaria da Anglo-Persian Oil Company, ficou doravante a salvo, e sendo um objeto cuja proteção era uma das principais obrigações do Exército, passou a assumir, durante o resto da Guerra [Primeira Grande Guerra], o papel de abastecedor de petróleo bruto, de querosene e de gasolina para cada um dos departamentos de Sua Majestade. O registo do seu trabalho é algo do qual todos aqueles associados ao mesmo, assim como aos campos petrolíferos longínquos dos quis depende, se devem orgulhar.”

Para terminar refiro ainda, o seu contributo para o esforço de guerra trabalhando na secretaria com estatísticas e troca de correspondência entre serviços e sobretudo com familiares buscando informação sobre os entes queridos:

2 de fevereiro de 1915, carta para Chirol

Calcula-se que a duração média de um soldado na frente seja de certa de um mês, antes de ficar ferido… A conquista, a perda e a reconquista de uma trincheira é tudo o que importa; e, por causa disso, perderam-se 4000 vidas nos últimos meses. Um desperdício horrendo…”

Uma leitura muito agradável e bem escrita, recomendo vivamente a sua leitura…


terça-feira, 11 de setembro de 2018

Próxima leitura...

A próxima viagem literária levar-me-à até à Arábia, pela mão de Gertrude Bell (1868-1927), vou percorrer o Médio Oriente: Turquia, Síria, Libano, Persia, Mesopotâmia, Palestina, Jerusalém, etc.
"Este livro reúne uma seleção da sua correspondência privada e militar, entradas de diário e escritos de viagem."
Em 1917, Gertrude Bell foi nomeada Comandante do Império Britânico, pelo seu contributo na guerra. Promete!
Boa noite, meus amigos...


segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Livro: A Condição Humana, Hannah Arendt, Relógio D’Água, 2001.


Terminei ontem à tarde a leitura do meu primeiro ensaio filosófico, dediquei-lhe 29 dias, quase todo o querido mês de agosto. Habitualmente, não gozamos férias durante este mês, de maneira que quase todo o meu tempo livre foi passado a descodificar as ideias de Hannah Arenth. Avisaram-me que não seria uma leitura fácil, mas resolvi seguir em frente, foi uma descoberta.

De acordo com a autora, este livro é uma compilação de um naipe de conferências realizadas, em abril de 1957, na Universidade de Chicago.

Este ensaio deu-me a conhecer um mundo novo, pensar quem somos e quem queremos ser no futuro.

Tudo começa quando, em 1957, o homem lança o primeiro satélite para o espaço e aí, durante um certo período de tempo, executa uma trajetória ao redor da terra.
Numa reação normal ao acontecimento, um jornal norte-americano de grande tiragem escreve em letras garrafais na primeira página «o primeiro passo para libertar o homem da sua prisão na Terra».

A Terra «a própria quinta-essência da condição humana», é, ao que sabemos, o único planeta onde é possível viver sem esforço ou quaisquer artifícios.
São os artifícios humanos que nos separam dos restantes animais que tal como nós habitam este planeta, mas a vida que existe fora do mundo artificial mantém-nos ligados aos outros seres vivos.

O homem pretende fugir da prisão eterna usando a ciência, e através da ciência o homem quer deixar de ser um «filho da natureza» criando vida numa proveta.

A autora reflete sobre o que parece ser «uma rebelião [do homem] contra a existência humana tal como nos foi dada – um dom gratuito vindo do nada (secularmente falando), que ele deseja trocar, por assim dizer, por algo produzido por ele mesmo».

«Trata-se apenas de refletir sobre o que estamos a fazer

Desafiante, reflexivo, extraordinariamente interessante, recomendo uma leitura cuidadosa…