segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Livro: Ronda das mil belas em frol, Mário de Carvalho, Porto Editora,2016.

Mesmo em período de férias, por mais curtas que sejam, as leituras acompanham-me para todo o lado, sendo certo que não me fiz acompanhar de Os Demónios de Fiodor Dostoievski, a minha leitura actual, trouxe em seu lugar a revista Visão, rapidamente concluída, bem como, a Ler Outono 2016, uma revista literária muito interessante.
Pois bem, depois de ter lido uma entrevista do escritor Mário de Carvalho, ao Jornal de Letras Artes e Ideias e ainda de uma recensão crítica de Miguel Real, ao novo romance Ronda das mil belas em frol, resolvi adquiri-lo para ofertar alguém muito especial.
Ainda não tinha lido nenhuma obra de Mário de Carvalho, e veja-se só, estreei-me com “um livro de ficção sobre sexo”. Este pequeno livro de 101 páginas, composto por um conjunto de 16 contos e epílogo é um livro absolutamente… curioso, pelo menos para mim. Nele vemos serem retratadas diversos tipos de mulheres e as suas diferentes formas de encararem o sexo, tudo numa perspectiva de um único homem. Uma realidade que ingenuamente desconhecia, mas queintuía, sem falsos pudores.
Numa linguagem rica, poética e nada chocante, o autor conduz-nos através de um mundo que nos faz refletir entre as fronteiras do sexo e aquele mundo que construímos e em que cremos.

Recomendo a leitura deste pequeno e surpreendente Ronda das mil belas em frol.



quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Livro: O Vermelho e o Negro, Stendhal, Relógio D’Água, 2010.

Há uns meses atrás senti a necessidade de organizar as minhas leituras, especialmente depois de assinar algumas revistas literárias (a Granta e a Ler), o Jornal de Letras, Artes e Ideias, bem como a revista Visão.Afinal, tudo nesta vida resume-se a satisfazer necessidades e a fazer escolhas, umas mais prementes do que outras, evidentemente.
Quando se começa a adquirir mais livros do que aqueles que se conseguem ler, temos mesmo que nos organizar, e repare-se que leio por prazer e por necessidade intelectual.
Sempre gostei de ler, lá em casa líamos o que os nossos pais conseguiamadquirir, socorríamo-nos das bibliotecas públicas, incluindo a itinerante da Gulbenkian ou em alternativa a biblioteca dos irmãos mais velhos dos nossos amigos.
Aqui chegados e depois de terminada a leitura de um conjunto de livros escritos por mulheres ao longo do último ano e da leitura de dois títulos do género policial e de um romance durante os meses de Julho a Setembro, resolvi enveredar por um novo caminho: ler os clássicos, cuja leitura tanta falta me tem feito.
Ora bem, comecei por Stendhal e pelo seu romance O Vermelho e o Negro. Cresci a ouvir meu pai a falar deste romance, sempre me pareceu que o marcou, por esse facto, quando o vi editado tratei de o adquirir, foi há dois anos que o trouxe para casa.
Achei este romance extraordinário por várias razões: a época que aborda (os anos após a queda de Napoleão Bonaparte - um período denominado de Restauração Francesa -), um tempo em a sociedade francesa continuava à procura do seu caminho, em que as diferentes classes sociais procuravam o seu lugar, se por um lado a aristocracia e o clero procuravam recuperar os seus privilégios e o seu lugar na sociedade, a burguesia provinciana, tudo fazia para adquirir estatuto. No fim da estratificação social, continuavam os mais pobres, o povo. Standhal escalpeliza toda esta dinâmica de uma forma magistral, dando-nos a conhecer com realismo, como funcionavam as relações entre os diferentes estratos sociais. Os personagens também são divinalmente esmiuçados e retratados, fazendo-nos reflectir e reconhecer certos tipos de pensamento e comportamento nos tempos atuais.
Apreciei a breve referência à “nossa” Soror Mariana Alcoforado com um parágrafo extraído de Cartas de Uma Freira Portuguesa:

Amor! Em que loucuras não nos fazes sentir prazer?”

E extasiei quando na véspera do nosso feriado do Dia de Implantação da República, me deparei com o seguinte excerto de autoria de Napoleão Bonaparte:

A República! … Para um que hoje fosse capaz de tudo sacrificar pelo bem público, há milhares e milhões a quem só interessam os prazeres e a vaidade. Em Paris, apreciam-se os homens pela carruagem em que andam e não pelas virtudes.”


É por este e por outros motivos que nos devemos debruçar sobre os clássicos. Pela minha parte desejo voltar a Stendhal, gostava de ler, por exemplo A Cartuxa de Parma, mas podem ser outras as obras deste fantástico escritor…



quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Napoleão, Memorial

Ontem à noite, no decorrer da minha leitura (O Vermelho e o Negro de Stendhal) deparei-me com uma citação que tem tudo a ver com a data que hoje celebramos:  

“A República! … Para um que hoje fosse capaz de tudo sacrificar pelo bem público, há milhares e milhões a quem só interessam os prazeres e a vaidade. Em Paris, apreciam-se os homens pela carruagem em que andam e não pelas virtudes.”