Iniciei
2015 terminando a leitura de uma obra que é considerada um clássico da
literatura mundial, a sua primeira edição data de 1877 e realmente, para mim,
no contexto do muito que já li, Anna Karénina de Lev Tolstoi será um marco nas
minhas deambulações literárias.
Anna
Karénina é uma obra tão assombrosa, que dela poder-se-iam extrair várias obras,
tal a sua riqueza temática, a profundidade e a complexidade dos pares de
personagens, à volta dos quais é construído um dos mais belos romances escritos
até hoje.
A
personagem que dá o nome ao romance é a personagem mais fascinante, mais
heterodoxa, para a época em que foi escrito o romance, enredada num mundo de
convenções e hipocrisias, é extraordinária a capacidade que o autor revelou ao
construir uma personagem como a Anna, uma mulher que sonhou, ousou, lutou, mas
que acabou por sucumbir num mundo onde as mulheres não possuíam direitos só
deveres.
Estreei-me
na literatura russa há muitos anos, com o Arquipélago de Gulag de Alexander
Solzjenitsyn, um escritor russo que recebeu o Nobel da Literatura em 1970, não
se tratando como é sabido, de um romance, mas sim um testemunho, já na altura
tinha gostado muito da sua forma de escrever, mas, agora com Tolstoi, o
fascínio foi total.
Recomendo
vivamente a leitura deste extraordinário romance, com esta leitura acrescentei mais
uma antepara, uma forte antepara, ao meu conhecimento literário, à maravilhosa
forma como é possível escrever, contar uma, várias histórias ao mesmo tempo,
mas não só, ao meu conhecimento do mundo e à forma como as sociedades têm
tratado as mulheres.
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