terça-feira, 31 de março de 2015

Livro: Anna Karénina, Lev Tolstoi, Relógio D’Água, 2006

Iniciei 2015 terminando a leitura de uma obra que é considerada um clássico da literatura mundial, a sua primeira edição data de 1877 e realmente, para mim, no contexto do muito que já li, Anna Karénina de Lev Tolstoi será um marco nas minhas deambulações literárias.
Anna Karénina é uma obra tão assombrosa, que dela poder-se-iam extrair várias obras, tal a sua riqueza temática, a profundidade e a complexidade dos pares de personagens, à volta dos quais é construído um dos mais belos romances escritos até hoje.
A personagem que dá o nome ao romance é a personagem mais fascinante, mais heterodoxa, para a época em que foi escrito o romance, enredada num mundo de convenções e hipocrisias, é extraordinária a capacidade que o autor revelou ao construir uma personagem como a Anna, uma mulher que sonhou, ousou, lutou, mas que acabou por sucumbir num mundo onde as mulheres não possuíam direitos só deveres.
Estreei-me na literatura russa há muitos anos, com o Arquipélago de Gulag de Alexander Solzjenitsyn, um escritor russo que recebeu o Nobel da Literatura em 1970, não se tratando como é sabido, de um romance, mas sim um testemunho, já na altura tinha gostado muito da sua forma de escrever, mas, agora com Tolstoi, o fascínio foi total.
Recomendo vivamente a leitura deste extraordinário romance, com esta leitura acrescentei mais uma antepara, uma forte antepara, ao meu conhecimento literário, à maravilhosa forma como é possível escrever, contar uma, várias histórias ao mesmo tempo, mas não só, ao meu conhecimento do mundo e à forma como as sociedades têm tratado as mulheres.


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