domingo, 15 de agosto de 2021

Livro: A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Max Weber, Relógio D’Água, 1ª edição/abr2018.

Foi uma leitura deveras interessante e enriquecedora, mas requereu uma especial atenção e cuidado de modo a acompanhar as ideias explanadas por Max Weber (1864-1920).

Este livro é, indiscutivelmente, o trabalho sociológico mais importante do século XX. As palavras de Weber surtiram profunda influência no desenvolvimento das ciências sociais modernas.”

Resumindo, o autor, “…atribui a ascensão da economia capitalista à crença calvinista nos valores morais do trabalho duro e do alcançar da satisfação através do cumprimento dos deveres mundanos.”

Baseada na edição alemã de 1920, esta nova tradução inclui [felizmente] uma esclarecedora introdução de Anthony Giddens, notas explicativas, e reações e comentários feitos por Weber às críticas que a sua obra recebeu”.

Os elementos de análise de Weber mais postos em causa são, diria: o caráter distintivo da noção de “apelo” no luteranismo; a hipotética falta de “afinidade” entre o catolicismo e a atividade empresarial regulamentada; e, o cerne da tese, a que ponto a ética calvinista realmente serviu para honrar a acumulação de riqueza do modo sugerido por Weber.  Se Weber estivesse errado nestas questões, identificar as consequências do amplo espectro dos seus escritos permaneceria um assunto complicado. No mínimo, implicaria considerar o estatuto dos estudos das “religiões do mundo”, o problema geral da racionalização da cultura – e o quadro metodológico em que Weber trabalhava. Ainda nenhum autor se propôs a tal tarefa, e talvez fosse preciso alguém com uma vasta erudição semelhante à do próprio Weber para a levar a cabo com alguma hipótese de êxito. [do prefácio de Anthony Guiddens, Cambridge, 1976]”

Seria fácil recomendar a leitura destes 2 ensaios, desta vez, deixo-os à V. atenção…