segunda-feira, 20 de junho de 2016

Livro: Granta 7 - Palco, Tinta-da-China, Maio de 2016.

Ontem à noite terminei a leitura da revista Granta, a nº 7, cujo tema foi O mundo é um palco.
Acompanho a publicação da revista desde o seu primeiro número, claro que estou a falar da revista publicada em Portugal, pois a sua origem é inglesa e já existem muitas edições em várias línguas.
Este número é especial, pois em meu entender, a revista atingiu um grau de amadurecimento, uma densidade, uma qualidade superior em quase todos os contos.  
Em tempo de férias, em tempo de corre-corre, sabe bem ao final de dias extenuantes ou outros nem tanto, sabe bem como dizia, sentar-me, recolher-me e ler, descobrir e saborear, escritores que não tinha ainda lido, escreverem sobre temas muito interessantes e atuais.
Todos os contos giram à volta do palco que é a vida, dos personagens que somos todos nós, dos papéis que desempenhamos nesta vida, umas vezes de livre vontade, outras nem tanto.
Nunca desejei ser atriz ou trabalhar num teatro, mas tenho a consciência que vivemos num mundo de faz-de-conta que sou…
Tal como as férias continuam, eu continuarei a gostar de me surpreender e de descobrir novos escritores, novas leituras.

Recomendo vivamente a leitura deste número 7, da Granta, surpreendam-se vocês também…



quinta-feira, 9 de junho de 2016

Livro: Fanny Owen, Agustina Bessa-Luís, Guimarães Editores, 2009.

Em pleno gozo de férias a leitura continua a fazer-me companhia. Resguardando-me nos momentos de maior calor, entre visitas a colegas e a amigos, fazendo companhia à filha enquanto esta estuda, a leitura conduz-me a momentos de encantamento e de puro relaxamento.
Desta vez ao acordar num dia que promete ser quente, terminei a leitura de mais um romance de Agustina, Fanny Owen. Baseado em acontecimentos reais, esta obra, leva-nos até meados do séc. XIX, foi escrito a pedido, a fim de ser passado a filme.
O assombroso deste romance é que, Agustina para além dos personagens que fazem parte da trágica história de amor, introduziu um personagem muito especial: Camilo Castelo Branco, fazendo dele um ator muito importante e competindo com ele na procura da palavra certa relativamente a um enredo romanticamente trágico.
Uma familiar do escritor e estudiosa da sua obra, Maria do Carmo Castelo Branco, amavelmente disponibilizou-me um texto que apresentou no “I Congresso Internacional Agustina Bessa-Luís, 50 anos de vida literária”, com o título: A ordem da ficção e a desordem da realidade (A propósito de Fanny Owen). Este texto escrito pela académica Maria do Carmo, ajudou-me a compreender melhor o que lia e desta forma, pude (acho eu) apreciar um romance literariamente exigente.

Gosto muito da escrita de Agustina Bessa-Luís, recomendo por isso que leiam Fanny Owen. Eu certamente voltarei ao seu convívio oportunamente…