quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Recordo com saudade...

Recordo com saudade o tempo em que desejei estudar para bibliotecária, fui para ciências.
Quando me perguntavam que negócio gostava de ter como meu, eu respondia: uma livraria.
Tornei-me uma funcionária da alfândega e por cá sempre houve muito para ler...
Amadureci mas o amor pelos livros tem-me acompanhado, feito companhia, salvado. Tornei-me uma leitora amadurecida.

Ena, leituras novas!


Livro: O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald, Relógio D'Água, 2016.

Há exactamente noventa e dois anos que este pequeno, em número de páginas, grande romance foi publicado, mas, só hoje terminei a sua leitura.
No entanto há muito que este título fazia parte daquela espécie de cânone que eu mesma construí para melhor me guiar na imensidão do universo literário.
Já no passado, grandes escritores, H. Hemingway ou T. S. Eliot, tinham apreciado e valorizado sobremaneira este romance, para alguns, pioneiro do romance americano.
O Grande Gatsby, não defraudou as minhas expectativas, é um romance desconcertante, gráfico, cinematográfico até. Gostei da forma como F. S. Fitzgerald escreve, das personagens que criou, da estória, dos cenários, do retrato que traçou de uma das várias Américas dos anos 20, a branca, rica, da costa Leste, os ricos de fortuna herdada versus os novos-ricos.
Foram muitas e variadas as reflexões que me provocou.

Deixo-vos o desafio, leiam O Grande Gatsby e não se decepcionarão…


quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Livro: O Chapéu das Fitas a Voar, Agustina Bessa-Luís, Guimarães Editores, 2008.


Sou uma profunda e convicta admiradora de Agustina Bessa-Luís e este título há muito que aguardava por mim.

Do tempo em que a Guimarães Editores publicava a escritora, este livro é constituído por uma seleção de estórias e textos autobiográficos, entre os quais uma das histórias mais conhecidas do grande público, Dentes de Rato.

Agustina escreve de uma forma torrencial e livre. Gosto muito da força e do carácter das personagens femininas nos seus romances.

Diverti-me muito a ler Dentes de Rato que juntamente com Contos Amarantinos são comumente indicados para os mais jovens, porém, são um deleite para todas as idades.

Dentes de Rato é uma estória fantasiosa contada na primeira pessoa, uma menina assim chamada pelo seu único irmão. Esta seleção de contos e textos tendo muito de autobiográfico, dá-nos referências sobre a origem social e familiar da autora, bem como pistas sobre os locais, as vivências e as personagens que mais tarde irá criar para os seus romances.

Com este título, são já cinco os livros de Agustina Bessa-Luís que li, ainda bem que foi/é uma escritora profícua, significa que muito mais há para descobrir e desfrutar.

Termino esta breve reflexão desafiando-vos a vir daí à descoberta desta extraordinária artífice das palavras...

 

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Olá! Falando em leituras, livros e escritores...

Olá! Falando em leituras, livros e escritores, chegaram os dois títulos que encomendara.
Ano novo, novos géneros literários: entrevistas e literatura de viagens...
Constantinopla, de Edmondo de Amicis, tem prefácio de Umberto Eco, um presente.


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Livro: na berma de nenhuma estrada e outros contos, Mia Couto, Caminho, 1987.

Era uma vez o menino pequenito, tão minimozito que todos os seus dedos eram mindinhos. Dito assim, fino modo, ele, quando nasceu, nem foi dado a luz mas a uma simples fresta de claridade.

É desta forma absolutamente espantosa que se inicia “na berma de nenhuma estrada”, título de um dos contos. Mia Couto foi escrevendo estes pequenos contos para diversas publicações, um dia resolveu reuni-los num só livro.
Gosto de regressar a Mia Couto, aprecio a forma cândida, límpida e simples de retratar as gentes e vivências da sua terra, sempre que início a leitura de um livro do autor, não me apetece nunca parar:

A intensidade das personagens, a multiplicidade de registos, a coexistência do fantástico e do sobrenatural com a tradição, a cultura e a vivência do dia a dia, a capacidade de efabulação e a oralidade que transforma a palavra escrita em puro som, são portos a que acostamos e que nunca desvendamos por completo.”  

Direi certamente uma barbaridade, mas, é por causa da escrita de Mia Couto, que não obstaculizo o AO90, e não consigo compreender, ou não quero compreender, o burburinho à volta do acordo ortográfico de 1990, não me incomoda, não me limita, desafia-me isso sim.

Enfim, polémicas áridas à parte, recomendo vivamente a descoberta da escrita de Mia Couto…



sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Livro: Notícia da Cidade Silvestre, Lídia Jorge, Círculo de Leitores, 1986.

Aproveitei a hora do almoço para terminar a leitura de Notícia da Cidade Silvestre, de Lídia Jorge. Sentados num banco do jardim com vista para o mar que se estende em frente ao edifício onde trabalho, tendo por companhia o sol, o verde e o azul, enquanto o Luis folheava a Visão, eu terminava a leitura do romance que iniciara ainda em 2017.

Possuímos da escritora vários títulos adquiridos há muitos anos, o Luis já os lê-o todos, eu, só em 2015 iniciei a sua descoberta, com A Costa dos Murmúrios, romance que se transcende a si próprio com um olhar diferente sobre a guerra colonial em Moçambique, perturbador e pungente.

Notícia da Cidade Silvestre, acontece em Lisboa e retrata uma sociedade em que as relações sentimentais se mostravam confusas como a época que se vivia (finais dos setenta e início dos oitenta). Homens e mulheres, artistas e não artistas andavam à procura do seu espaço, em busca do seu “eu”.

Às vezes chocante, uma narrativa em que a protagonista, viúva com um filho pequeno, abusada em pequena, saltava de namorado em namorado, acumulando noivos, mantendo relações em simultâneo, desabridamente de conquista em conquista, com uma amiga igualmente à procura de algo que nem sabia muito bem o quê.

Afinal, pareceu-me que a protagonista sempre buscara um amor, uma vida simples e confortável, que acabou por encontrar, bem perto de si. Mas antes, ainda teve que enfrentar uma tentativa de suicídio do filho e um corte definitivo com a amiga.

Gostei muito da escrita da autora, do seu olhar, da estória que nos quis contar e do final feliz, quanto a mim, certamente regressarei a Lídia Jorge, por agora só a posso recomendar... 




quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Muitíssimo interessante:

"Olhemos pois para o fundo dos corações: talvez nada enxerguemos, cada um tem o seu mistério. Mas a contemplação do mistério do outro, daquilo que nele não entendemos deverá ser motivo de respeito e espera, não de rejeição ou humilhação. Se entendermos isso, entenderemos a Festa Grande do Natal, a celebração do mistério maior que nos anima: a alegria do encontro, da reconciliação de Deus com todos e em todos. Este ano, alegro-me com a Natividade de Jesus, sobretudo como sacramento do encontro e da paz. E agradeço o testemunho da Maria Benedicta e a constância do Gonçalo, que tanto me recordam quanto devemos reunir todos à volta do Presépio, e nunca deixar ninguém de fora. Assim, talvez para nos lembrar de que nenhum de nós é dono de nada, Deus, quando se fez homem, quis nascer pobre."

Camilo Maria




quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Imperdível!


Viva, o pai natal finalmente chegou à Madeira...

Viva, o pai natal finalmente chegou à Madeira e trouxe tudo o que lhe pedi: a minha querida poetisa, Maria Teresa Horta, a igualmente querida, Teolinda Gersão, já tinha sentido a sua falta e ainda, Os Loucos da Rua Mazur, de João Pinto Coelho, o escritor sensação de 2017. Cada vez que recebo novos livros, sinto-me rejuvenescer...