Acabei
de ler mais uma obra de Agustina Bessa-Luís, depois de me ter estreado com a
formidável A Sibila e de me ter deslumbrado
com A Corte do Norte, cuja ação se
desenrola na Ilha da Madeira, voltei às margens do rio Douro, para ler e
“ouvir” contar a história de “Bovarinha”.
Adoro
a escrita de Agustina e a sua forma quase poética de tratar e de descrever as
mulheres, uma escrita no feminino.
“Ema a personagem de Vale Abraão a quem
chamam a “Bovarinha”, encarna um desamparo eterno e sem causa. Envolve-se numa
história de adultério numa época em que a palavra “adultério” quase caiu em
desuso e em que a permissividade em matéria de sexo tornou difícil conceber o
escândalo a partir deste. Salva-a o humor. Porque é este que lhe permite olhar
com alguma distância a vulgaridade dos que a rodeiam, sem no entanto estar
totalmente fora dela; tocá-la sem estabelecer com ela um vínculo; recusá-la sem
por isso se converter em heroína; passar a linha que demarca uma cultura e não
ser maldita mas tão só incorrigível.”
Gosto
da sensação de puder voltar a Agustina, de a descobrir, de me inspirar, de
ainda existirem muitas obras desta maravilhosa escritora para eu
desfrutar..
E
pois claro, recomendo vivamente que leiam Agustina Bessa-Luís.
Sem comentários:
Enviar um comentário