quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Livro: Granta 8 - Medo, Tinta-da-China, Outubro de 2016.

Terminei a leitura da revista Granta, desta vez o tema escolhido foi o Medo, sentiacuriosidade a cerca deste tópico e aguardava com alguma expectativa a chegada da revista, ela não me decepcionou, os contos são todos fortes, uns de cariz mais pessoal, dramas, acontecimentos que não mais foram esquecidos, outros, ficções construídas em cima de cenários de guerra presente e passada, não estava à espera, confesso, uma coisa é ler sobre guerras passadas, lá, longinquamente no tempo, outra bem diferente é ler sobre conflitos bem recentes e sobre guerras que estão a acontecer, cenários de horror, seres humanos que vivem gerações em permanente estado de Medo, só porque pensam, professam, vivem de modo diferente.
Os autores dos textos são fantásticos, cada um com o seu estilo bem distinto, gostei de os descobrir e apreciar.
Enquanto tema, o Medo conduz-nos à nossa experiência pessoal, o que é o Medo, de que é que temos Medo, como o enfrentamos. Todos nós já passamos por experiências em que batemos de frente com o Medo. O Medo faz parte das nossas vidas e por Medo seguimos um caminho e não outro. As nossas vidas desenrolam-se e só depende de nós deixar que o Medo bloqueie as nossas acções e os nossos sonhos, ou lhes imponha um freio para que não desembestemosestrada fora. Afinal o que procuramos nós senão o equilíbrio?

Termino esta singela reflexão, recomendando vivamente a leitura desta nova Granta


sábado, 5 de novembro de 2016

Livro: A Abadia de Northanger, Jane Austen, Relógio D’Água, 2016.

Gosto de cumprir os planos de leitura que auto-estabeleço, desta forma procuro seguir um caminho num meio onde seria muito fácil perder-me.Mas, não, não sou rígida. Leio por prazer, não corro atrás de nada nem de ninguém, sigo os meus ritmos, a minha curiosidade. Já basta a vida quotidiana, com os seus horários e projectos, aí sim, temos obrigações, deveres, compromissos a que não podemos faltar, adiar, procrastinar.
Neste mundo só meu, durante este período de férias, vim recolher dois livros de Jane Austen para os levar para casa, um deles, Orgulho e Preconceito, já o tinha lido, aqui, dei conta da minha reflexão, mas A Abadia de Northanger, ainda não.
E foi este romance que terminei de ler ontem à noite, uma leitura muito agradável, deliciosa mesmo:

“…A Abadia de Northanger tem a mais jovem heroína de Jane Austen e é uma história de amor juvenil com o inevitável fim feliz, contada de modo simples em prosa vívida e elegante, com frequentes intervenções da autora. É a história de uma jovem atraente, ingénua e gentil, que se torna consciente de si própria e aprende as complexidades da moral social e pessoal e se apercebe de que a vidarealnada tem em comum com os excêntricos romances góticos que alimentaram a sua excitada imaginação.”

Esta edição tem a particularidade de possuir um posfácio escrito por P.D. James, uma escritora inglesa de policiais que muito admiro, o excerto sobredito é seu.
Para terminar e como corolário deste gentil romance de Jane Austen, deixo-vos as palavras da autora que finalizam a obra:

“Começar uma vida de perfeita felicidade aos vinte e seis e aos dezoito anos é muito bom. E estando eu convencida de que a interferência injusta do general, longe de prejudicar a felicidade deles, lhe foi talvez favorável, permitindo que se conhecessem melhor e que fortalecessem o seu amor, deixo, a quem esteja interessado, o cuidado de apreciar se a tendência desta obra é a de recomendar a tirania paterna ou de recompensar a desobediência filial.”


Recomendo a leitura deste romance a todos vós, quanto a mim desejo continuar a descobrir as heroínas de Jane Austen...