12 de Julho de 2014
Uma leitura que
termina, um encantamento que se vai.
Desta autora já tinha
lido "A Sibila", demorei certo tempo a entrar no seu mundo, mas
depois deixei-me envolver. Tinha muita curiosidade em ler "A Corte do
Norte", cuja ação decorre na Ilha da Madeira, Agustina sabe e sente quando
escreve sobre a Ilha e as suas gentes, ao longo da minha leitura, tenho
partilhado aqui no FB breves trechos, tentando mostrar a singularidade, a
delicadeza e a profundidade da sua escrita: "Este livro de Agustina Bessa-
Luís é um tratado de livres caudais do engenho e da arte de escrever. A
Imaginação, como as levadas na ilha da Madeira, salta por todas as fragas e
produz lagos e cataratas. Nada a prende e tudo a modela. Ler Agustina
Bessa-Luís é, neste caso, um exercício de colaboração na escrita. Porque o
leitor participa no que inventa e no que deduz, e o romance resulta do que
todos argumentam e podem supor".
Deste modo, não
resisto a transcrever um último pedacinho:
"Chegará um
tempo em que as ilhas hão-de desviar o turismo da sua rota e transformar-se em
centros de cultura, em grandes territórios científicos, como os antigos
conventos. A Madeira será um desses. Pela lealdade do clima, coisa que o homem
de pensamento regista como afeto à sua concentração e à liberdade dos seus
passos, a Madeira pode tornar-se uma Atenas atlântica, com todas as condições
para contribuir para a prosperidade dos povos. Hão-de afluir aí os sábios e os
artistas, e a plenitude dum trajeto humano irá além dos objetivos
lúdicos."
Que melhor forma de
terminar a minha reflexão sobre esta obra literária, do que as palavras de
Agustina Bessa-Luís, profetizando para a Ilha da Madeira um futuro de arte,
cultura e conhecimento.
Recomendo pois a
leitura desta singular obra literária.
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