terça-feira, 31 de março de 2015

Livro: A Corte do Norte, Agustina Bessa-Luis, Guimarães Editores, 2008.

12 de Julho de 2014

Uma leitura que termina, um encantamento que se vai.
Desta autora já tinha lido "A Sibila", demorei certo tempo a entrar no seu mundo, mas depois deixei-me envolver. Tinha muita curiosidade em ler "A Corte do Norte", cuja ação decorre na Ilha da Madeira, Agustina sabe e sente quando escreve sobre a Ilha e as suas gentes, ao longo da minha leitura, tenho partilhado aqui no FB breves trechos, tentando mostrar a singularidade, a delicadeza e a profundidade da sua escrita: "Este livro de Agustina Bessa- Luís é um tratado de livres caudais do engenho e da arte de escrever. A Imaginação, como as levadas na ilha da Madeira, salta por todas as fragas e produz lagos e cataratas. Nada a prende e tudo a modela. Ler Agustina Bessa-Luís é, neste caso, um exercício de colaboração na escrita. Porque o leitor participa no que inventa e no que deduz, e o romance resulta do que todos argumentam e podem supor".
Deste modo, não resisto a transcrever um último pedacinho
"Chegará um tempo em que as ilhas hão-de desviar o turismo da sua rota e transformar-se em centros de cultura, em grandes territórios científicos, como os antigos conventos. A Madeira será um desses. Pela lealdade do clima, coisa que o homem de pensamento regista como afeto à sua concentração e à liberdade dos seus passos, a Madeira pode tornar-se uma Atenas atlântica, com todas as condições para contribuir para a prosperidade dos povos. Hão-de afluir aí os sábios e os artistas, e a plenitude dum trajeto humano irá além dos objetivos lúdicos."
Que melhor forma de terminar a minha reflexão sobre esta obra literária, do que as palavras de Agustina Bessa-Luís, profetizando para a Ilha da Madeira um futuro de arte, cultura e conhecimento.

Recomendo pois a leitura desta singular obra literária.


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