sábado, 7 de novembro de 2020

Aquisições

Que durante a manhã o sol brincou às escondidas com as nuvens;
Que a contagem dos números ainda não terminou;
Que os nossos números também não melhoram;
Que só a literatura nos salva de enlouquecer.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Livro: Soldados de Salamina, Javier Cercas, Coleção Miniatura - Livros dos Brasil, 2017.

 O dia foi especialmente atarefado, não admira, é sexta-feira, é a ânsia de deixar tudo pronto porque na segunda-feira é preciso começar tudo do zero, refiro-me evidentemente à gestão corrente dos expedientes, existe, contudo, outro tipo de tarefas que requerem estudo e aprofundamento das matérias, são mais trabalhosas e demoradas.

Quando acabei a jorna fui caminhar durante pouco mais de 30 mn para descontrair as pernas e “desligar a ficha”, cheguei a casa lanchei e vim sentar-me para escrevinhar estas palavras sobre a leitura que concluí ontem à noitinha, só fui dormir quando não havia mais páginas para ler.

Começou por ser uma leitura desconfortável, não encontrava o rumo, a razão de ser da escrita, na contracapa pude ler que:

Ao ser publicado, em 2001, Soldados de Salamina inaugurava uma nova época no romance espanhol e rapidamente se transformava num ruidoso bestseller, com mais de um milhão de exemplares vendidos e traduções em numerosos países.

(…)

Cercas criava uma nova forma de abordar a Guerra Civil de Espanha, construindo o seu relato sem apriorismos ideológicos. Um soldado republicano pode matar um militar fascista, mas não o fez. Cerca transforma esse soldado que teve um gesto de piedade num herói. Os leitores fizeram o mesmo.”

De facto, escrever sobre guerras não é fácil, escrever sobre a guerra civil espanhola, aqui tão ao nosso lado, acontecida há algumas dezenas de anos, com cicatrizes ainda abertas, não há de ser nada fácil, mas para quem lê também não.

Comecei esta reflexão de uma forma pouco habitual, mas pensando nas razões e acontecimentos que conduziram ao deflagrar da guerra fratricida em Espanha, todo aquele horror, privação, desespero por que passaram os povos que integravam o Reino espanhol e conduzidos pela pena de Javier Cercas através da história recente do seu país, o cansaço desapareceu como por magia.

Foi uma leitura reveladora e recomendando a sua leitura…