“Furtiva,
eu era hábil na arte de urdir.
Mas,
pouco a pouco, fui-me apercebendo da música: uma ária de Puccini, descobriria
mais tarde. E encostada à parede do corredor, reparei que debaixo da porta do
escritório do meu pai havia uma lista de luz solidária. Em bicos de pés
aproximei-me, e sem ruído entreabri os batentes apenas encostados, a
descobri-lo, muito magro e moreno, sentado à secretária, rodeado de cadernos e
de livros, a preparar a aula que iria dar no dia seguinte.
Afastei-me,
atordoada.”
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