segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Maria Teresa Horta in Meninas - Efémera, D. Quixote, 2014.


“Furtiva, eu era hábil na arte de urdir.
Mas, pouco a pouco, fui-me apercebendo da música: uma ária de Puccini, descobriria mais tarde. E encostada à parede do corredor, reparei que debaixo da porta do escritório do meu pai havia uma lista de luz solidária. Em bicos de pés aproximei-me, e sem ruído entreabri os batentes apenas encostados, a descobri-lo, muito magro e moreno, sentado à secretária, rodeado de cadernos e de livros, a preparar a aula que iria dar no dia seguinte.
Afastei-me, atordoada.”
 

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