segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Maria Teresa Horta in Meninas - Abismo, D. Quixote, 2014.

“Mas inesperadamente é a mãe que a sobe, com uma pressa súbita, fria e hirta, determinada. Movida por uma qualquer razão obscura, que para sempre lhe escapará. E mal é poisada no chão da sala que lhe parece mergulhada no breu absoluto, oscila sem amparo nem orientação, presa de uma vertigem que lhe rasga o coração descompassado no peitinho transido de medo. Então, implacável, a mãe volta a aproximar-se, (…)

(…) e quando finalmente a consegue rodar e a porta se abre, à sua frente está o longo corredor que reconhece, mergulhado num perfeito negrume, para onde de um salto se atira em direcção ao esquecimento.”


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