quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Maria Teresa Horta in Meninas - Efémera, D. Quixote, 2014.

- A minha avó, que viveu há séculos e escrevia poemas, vinha até aqui onde estamos a assistir ao embarque e desembarque dos reis - contava minha mãe como se inventasse. E eu quedava-me a imaginar essa avó descoberta a partir de uma gravura que encontrara num livro encadernado, há muito esquecido sobre a mesa baixa da nossa sala de estar. Olhar inteligente e arguto num rosto belo de traços delicados, os lábios de veludo toldados pelo ligeiríssimo sorriso. Era deste modo que a reprodução em papel brilhante nos mostrava Leonor de Almeida. Olhar determinado de luz, iludindo-se.”


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