“Carta a Mário de Sá-Carneiro
Pouco
mais ou menos isto, mas sem estilo, é o meu estado de alma neste momento. Como
à veladora do «Marinheiro» ardem-me os olhos, de ter pensado em chorar. Dói-me
a vida aos poucos, a goles, por interstícios. Tudo isto está impresso em tipo
muito pequeno num livro com a brochura a descoser-se.
Se
eu não estivesse escrevendo a você, teria que lhe jurar que esta carta é
sincera, e que as coisas de nexo histórico que aí vão saíram espontâneas do que
me sinto. Mas você sentirá bem que esta tragédia irrepresentável é de uma
realidade de cabide ou de chávena – cheia de aqui e de agora, e passando-se na
minha alma como o verde nas folhas.”
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