“Estava
tão linda a manhã, com apenas um golpe de vento aqui e além, que mar e céu
pareciam de um só tecido, como se as velas se colassem ao céu ou as nuvens tivessem
caído no mar. Um vapor, lá longe, desenhara no ar um grande rolo de fumo, que
ali ficara curvando-se e circulando de forma decorativa, como se o ar fosse uma
gaze fina sustentando as coisas e docemente as mantendo na sua malha, apenas
serenamente as fazendo oscilar de um lado para o outro lado. E, como às vezes
acontece quando o tempo está muito bom, as falésias pareciam ter consciência
dos navios, e os navios consciência das falésias, como se uns e outros
assinalassem uma qualquer mensagem secreta que lhe fosse privativa. Porque,
embora por vezes parecesse muito próximo da praia, o Farol dir-se-ia, nesta
manhã, na neblina, a uma enorme distância.”
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