“Pelas
palmas de ambas as mãos juntas e abertas em leque perpassou um levíssimo tremor
de apreensão, de quem pretende transportar, preservando, o pouco que resta de
si, delicado e frágil. E há medida que ia fluindo, Laura curvava-se mais e mais
um tanto, na protecção do que levava unido ao peito, na concavidade tépida
criada pelo gesto imóvel que os dedos sustinham, sem brechas, sem esquinas nem
aspereza de nenhuma espécie: um pequeno coração rubro, a pulsar sobressaltado.
Idêntico a uma rosa de sangue.
Tremeluzindo
na cerração do eclipse.”
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