Instalada na varanda da nossa casa,
tendo por companhia uma chávena de chá verde e uma manta aconchegando o meu
colo, terminei a leitura de Rumo ao Farol,
de Virginia Woolf.
Tinha para ler há muito tempo da
mesma autora, Orlando, mas, uma
querida amiga, aconselhou-me que iniciasse a descoberta da escrita de V. Woolf
através deste romance. Foi o que eu fiz.
Iniciei a sua leitura há algumas
semanas, fez-me companhia à noitinha, após dias cansativos no trabalho,
ajudando-me a relaxar. Num crescendo, a escrita de V. Woolf foi-me prendendo,
não se tratando de um grande enredo, a riqueza do romance prende-se com a
capacidade que um escritor tem, em construir personagens com conteúdo e
profundidade, um romance onde não existe um narrador, ou duas/três personagens que
vão alimentando a história, não, nada disso, existem várias personagens que
assumem a construção da narrativa e a compreensão do que estão vivendo. Uma
forma de escrever riquíssima.
A linha da narrativa deixa-nos
perceber claramente o lugar da mulher na sociedade vitoriana.
Senti um enorme prazer em ler este
romance e entristece-me profundamente que Virgínia Woolf se tenha suicidado com
quase sessenta anos.
Vou voltar com toda a certeza ao
convívio com Virginia Woolf, por agora, resta-me recomendar-vos que a descubram
também…
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