“Gostaria
de vos contar coisas dessa gente. Coisas da vila, do Alentejo cálido e bárbaro e
dos heróis que lhe dão nervos ou moleza, risos ou tragédia. Apetece-me abrir ao
acaso páginas do passado e recolher, entre outros, o Loas adivinho do futuro, o
Vieirinha, que rasgou o Amazonas e é homem para enjoar se, na sua frente, um
parceiro sobejo mergulhar os dedos numa panela de molhangada; o Barão que
dependurou o pescoço numa forca; a D. Quitéria, cuja casa cheirava a mofo, a rezas
e a gotas balsâmicas que trancassem as portas à gripe. E gostaria de vos falar
ainda dos trigos e dos poentes incendiados, dos maiorais e dos lavradores, do
espanto dos dias, do apelo confuso da terra, da solidão.”
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