“Desculpa,
se parece que não te compreendi ou te fiz crer de algum modo que não me importo
contigo como sempre me importo. Desculpa se deixei que desligasses o telefone
com a tua voz tão perto das lágrimas e eu sem conseguir dizer nada, palavras
atadas na garganta com o nó da aflição, tal como eu invisível em criança,
tantas vezes sumida, ensimesmada e magrinha, quase transparente, pequeno animal
selvagem acossado e vigiado, perseguido ao longo da minha memória de menina a
aninhar-se no tojo seco, a tentar esquecer a realidade do abandono.
Mas hoje
ainda a esbracejar como se me afogasse.
Dor e
luto entrelaçados no lado esquerdo do meu peito.”
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