*
Eu cantarei um
dia da tristeza
Por uns termos
tão ternos e saudosos,
Que deixem aos
alegres invejosos
De chorarem o
mal, que lhes não pesa.
*
Abrandarei das
penhas a dureza,
Exalando
suspiros tão queixosos,
Que jamais os
rochedos cavernosos
Os repitam da
mesma natureza.
*
Serras,
penhascos, troncos, arvoredos,
Ave, fonte,
montanha, flor, corrente,
Comigo hão-de
chorar de amor enredos:
*
Mas há! Que
adoro uma alma que não sente!
Guarda, Amor, os
teus pérfidos segredos,
Que eu derramo
os meus ais inutilmente.
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