Hoje é
dia de aniversário na Alfândega do Funchal. São 539 anos cheios de aventuras,
de trabalhos e de lutas, sim, de lutas!
Em 1644
reinava D. João IV, e devido “… à necessidade de
controlar o contrabando e defender o desembarcadouro das fazendas, o Rei
determinou a construção de uma fortificação nas casas da Alfândega.”
Com canhões
e tudo…
“A bateria ficou constituída por um baluarte triangular avançado ao mar, construído sobre a
cortina da cidade. (…) Esta bateria teria sido sumariamente artilhada na época
da primitiva construção, ou seja em 1630, (…).”
Nesta
casa já se fez de tudo, os nossos antepassados até artilheiros foram!
“É ainda possível que o tenha sido antes, dado que os primeiros alvarás que
constituíram a nómina de bombardeiros do Funchal apontavam para os guardas da
Alfândega como os primeiros potenciais artilheiros. (…) Reducto da Alfândega, o
qual franqueia a praia entre a fortaleza de São Lourenço e a Fortaleza Nova,
com 2 peças de artilharia, o que se fez para a defesa e guarda da fazenda real
da Alfândega, que se desmandava por várias partes”.
E
excomungados!
“Nos inícios do século XVII a alfândega do Funchal teve francas
dificuldades em conseguir encontrar rendimentos para pagar ao clero local e aos
militares castelhanos aqui estacionados. Desta situação nasceram questões
melindrosas, com o bispo do Funchal a excomungar os oficiais da pagadoria e os
soldados a colocarem cerco ao provedor, não o deixando contactar ninguém,
receber água ou comida, sem primeiro lhes pagar. Assim, assumindo o bispo D.
Jerónimo Fernando, que excomungara os oficiais da Alfândega, o lugar de
governador, determinou a fortificação destas casas, muito provavelmente para obstar
a situações como as decorrentes dos cercos dos soldados do presídio
castelhano.”
Enfim,
foram tempos verdadeiramente atribulados.
São
estas as memórias que valem a pena serem recordadas em dias de celebração,
histórias de homens valentes, em tempos verdadeiramente difíceis.
Muitos parabéns à Alfândega e aos seus funcionários. É toda uma vida para contar a sua história. E que história. João de Sousa
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