Alice Munro entrou no meu “plano de
leituras no feminino” por mera casualidade. A escritora ganhou o prémio Nobel
de Literatura em 2013. Não são muitas, as mulheres, a quem já foi atribuído o
galardão e o facto de ser o único romance da escritora, que é sobretudo uma
contista, levou-me a aventurar-me na sua descoberta, adquiri este título e inclui-o
no meu projeto de leituras escolhidas.
De início estranhei um pouco a
narrativa, a ação passa-se entre o campo e uma pequena cidade, numa zona rural
de Ontário, no Canadá, durante os anos 40. Demorou algum tempo até eu conseguir
penetrar e apreciar a profundidade das personagens construídas, sobretudo da
narradora, sendo esta a personagem principal.
O romance sem ser autobiográfico,
descreve-nos as vivências e o crescimento de uma rapariga desde o início da puberdade,
passando pela adolescência, até à idade de jovem mulher.
Foi só no último terço da obra, que
o comecei verdadeiramente a compreender e a apreciar, acho que foi quando
comecei a reconhecer as emoções e os “estados de alma” tão característicos de
nós, as mulheres, durante a adolescência.
A partir desse momento,
deslumbrei-me com a forma de escrever de Alice Munro e a sua capacidade de
descrever as emoções complexas de uma jovem mulher e o caminho que todas nós
temos percorrer para encontrarmos o nosso lugar na sociedade.
Termino recomendando a leitura deste
romance de Alice Munro e com a certeza de a ela voltar…
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