Ontem à noite terminei
a leitura da revista semanal Visão, hoje foi a vez da revista Ler Inverno 2015.
São revistas de conteúdos diferentes, mas, em meu entender, acabam por se
complementar, ambas possuem artigos bem interessantes, actuais, de carácter
informativo.
Se Visão possui artigos
que aprofundam temas que nos afectam o dia-a-dia, a Ler para além de artigos de
opinião sobre livros, escritores e entrevistas, presenteia-nos ainda com alguns
ensaios bem elaborados e muito interessantes, quer sobre literatura, quer
também sobre temas de âmbito sociológico, como por exemplo, a excelente
entrevista conduzida por Bruno Vieira Amaral a Francisco Bethencourt, a
propósito do seu novo livro: Racismos: Das Cruzadas ao Século XX,
editado pela Temas e Debates:
“Temos um
período de integração económica global, um período de migrações internacionais
muito maior. Os períodos de guerra no Médio Oriente são devastadores e implicam
a deslocação de milhões de pessoas o que cria tensões e vão ocorrer formas mais
violentas de racismo nos próximos anos, mas a longo prazo penso que haverá um
declínio do racismo.”
Sobre este livro, já
tinha lido uma magnífica entrevista a Francisco Bethencourt, realizada por Luis
Almeida Martins, no JL nº 1176 de 2015-10-28.
Com tão boas
referências, fiquei mesmo com vontade de ler o livro que versa sobre uma
temática que continua actual nos nossos dias.
Do conjunto de textos
que saíram neste número, destaco ainda: “A fronteira húngara e a identidade da
Europa”, com texto e fotografias de Luís Naves:
“No início de
Setembro, Luís Naves partiu em viagem para a Hungria a fim de assistir, no
terreno, à chegada de milhares de refugiados vindos dos territórios da antiga
Jugoslávia. O retrato não é copiado dos telegramas das agências de notícias,
foi obtido no terreno, real e doloroso.”
Mais do que um relato
sobre o que presenciou, o autor discorre sobre as origens da Europa e as
migrações sucessivas que têm ocorrido ao longo dos séculos no continente
europeu:
“Quem somos
nós, os europeus? À luz de uma crise de grandes dimensões, a pergunta é mais
difícil de responder. Não somos tremendamente diferentes destas pessoas que
aqui procuram proteção; fomos também viajantes, procurámos novas terras,
conquistámos e saímos do caminho de outros povos mais fortes. Deixámo-los
passar, reocupámos o que antes era nosso.”
Outros textos, outras
entrevistas poderia referir, mas, deixo à Vossa descoberta…
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