“Releio
passivamente, recebendo o que sinto como uma inspiração e um Livramento,
aquellas phrases simples de Caeiro, na referência natural do que resulta do
pequeno tamanho da sua aldeia. D’alli, diz ele, porque é pequena, pode ver-se
mais do mundo do que da cidade; e por isso a aldeia é maior que a cidade…
«Porque eu sou do tamanho do que vejo/E não do tamanho da minha altura.»
Phrases
como estas, que parecem crescer sem vontade que as houvesse dicto, limpam-me de
toda a metaphysica que espontaneamente accrescento á vida. Depois de as ler,
chego a minha janella sobre a rua estreita, olho o grande céu e os muitos
astros, e sou livre com um esplendor alado cuja vibração me estremece no corpo
todo.”
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