“Que
falsa acusação lavram, palavra após palavra, a sublinharem o nada a que desde o
dia do nascimento fora votada?
Sente
o pulsar violento do coração e resolve regressar, nadando sem pressa, já
cansada, temerosa sobretudo da memória. Da recordação do homem de pé no seu
braço. Do homem a espiá-la, do barco a afastar-se cada vez mais, para regressar
ao final da tarde, como é hábito, e em seguida tornar a distanciar-se a fim de
voltar de novo na manhã seguinte: o calor a esboroar-se na proa do seu barco.
A
mulher passa pela criança na areia, como se não a visse, e vai deitar-se de
bruços sobre a toalha onde poisa a cabeça, os cabelos escurecidos pela água a
tocarem a areia. O calor a tomar novamente conta da nudez do seu corpo, o sono
a ganhar-lhe os membros distendidos em abandono…”
Sem comentários:
Enviar um comentário