A
sedução tem uma linguagem que não opera directamente sobre as emoções, antes as
deixa incólumes e parte dum sistema fixo e sem aliança com alguém, com o outro,
sempre estranho e catastrófico. Há inúmeras pessoas que vivem perfeitamente
solitárias, sem necessidade de afectos e de negociações sentimentais, porque
estabeleceram essa linguagem irresistível do símbolo que as interpreta e ao
qual se entregam para nele se perderem.”
domingo, 31 de janeiro de 2016
Agustina Bessa-Luís in A Ronda da Noite, Guimarães Editores.
“
O amor triunfa de tudo, menos da felicidade.
sábado, 30 de janeiro de 2016
Teresa Veiga in Gente Melancolicamente Louca, Tinta-da-China.
“Sem
o saber estava a despedir-me do mundo precisamente no momento em que mergulhava
nele a fundo e me apercebia das suas dimensões e da sua diversidade gritante –
era a minha primeira viagem longe do automóvel.”
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Virginia Woolf in Rumo ao Farol, Relógio D’Água, 2008.
“
(…) mas, com maior detalhe, analisava o outro problema, o dos ricos e dos
pobres, e aquilo que vira com os próprios olhos, semanalmente, diariamente,
aqui ou em Londres, quando em pessoa visitava uma viúva ou uma esposa com
dificuldades, e levava uma mala enfiada no braço e um livro de notas e um lápis
com que escrevia, em colunas cuidadosamente alinhadas para o efeito, salários e
despesas, emprego e desemprego, na esperança de assim deixar de ser a doméstica
cuja caridade era uma espécie de bónus para a sua indignação, uma espécie de
alívio para a sua curiosidade, e se convertesse, o que com o espírito por
treinar profundamente admirava, numa investigadora que estudasse o problema
social.”
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