terça-feira, 3 de novembro de 2015

Maria Teresa Horta in Daninha, Meninas, D. Quixote, 2014.

“Ao passarem por ela, as mulheres persignam-se e seguem encostadas às paredes e aos muros, a olhar no chão, sem jamais a encararem nos olhos de azulado cristal glaciar.
Cegueira mate, afirmam, acusando-a de coisas ínvias e tenebrosas, perniciosas, num desdém equívoco. Insidiosas e matreiras, evitam-na quanto podem, a desviarem-se do seu caminho na recusa de pousarem os pés nos passos do seu trilho. Mas, pertinaz, ela não se desvia, grão de pó, noz, bago e semente, leite do peito e mágoa.”


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