“As
crianças ricas estimulam sempre um preconceito que é o de serem tomadas como
privilegiadas “ab ovo” e portanto isentas de necessidade. Não são tal. A
fortuna constrange tanto o desenvolvimento dum carácter como a miséria, e o
grande mestre é aquele que observa os seus discípulos como carecidos todos eles
duma inspiração capaz de vencer a inferioridade do seu nascimento. Nascemos
sempre desfavoravelmente; somos todos nascituros constrangidos a viver; isto
representa o traumatismo mais absoluto e perante o qual a fortuna ou o azar
pouco podem significar (…) Toda a qualidade criativa duma pessoa depende da sua
energia em abandonar a cumplicidade com os demais, o que equivale a sacrificar
uma parte honesta do seu próprio ser e que corresponde à paz com o mundo.”
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