Ontem ao final da tarde, embalados pela música do Ahmad
Jamal, terminava eu a leitura da Granta,
enquanto o Luis se entretinha a preparar o jantar para nós os dois. Um
fantástico e sereno final de dia…
Foi uma boa leitura para o Outono sempre tão ameno no
Funchal.
O tema escolhido para este número foi a Noite e o Carlos Vaz Marques (CVM) no seu editorial escreve que
“Sabe-se lá o que a noite propicia e proporciona. Perdi a conta ao número de vezes em que me foi garantido que de noite todos os gatos são pardos. Também se dizia frequentemente que deitar cedo e cedo erguer, etc. e tal. O saber em conserva dos provérbios populares estava sempre disponível – e quanto mais rimado, mais verdadeiro.”
“Sabe-se lá o que a noite propicia e proporciona. Perdi a conta ao número de vezes em que me foi garantido que de noite todos os gatos são pardos. Também se dizia frequentemente que deitar cedo e cedo erguer, etc. e tal. O saber em conserva dos provérbios populares estava sempre disponível – e quanto mais rimado, mais verdadeiro.”
O CVM continua por aí, fora a tecer considerações bem
curiosas sobre a noite versus o dia, terminando o seu editorial com a seguinte conclusão:
“Na noite cabe tudo: o tangível e o imaginado, a insónia e o sono, o sonho e o pesadelo, o cansaço e o descanso, a boca que beija e a boca que morde, o isqueiro e a lâmina, o salto e o susto, a sombra e a sombra da sombra.”
“Na noite cabe tudo: o tangível e o imaginado, a insónia e o sono, o sonho e o pesadelo, o cansaço e o descanso, a boca que beija e a boca que morde, o isqueiro e a lâmina, o salto e o susto, a sombra e a sombra da sombra.”
Composto por quinze contos, de outros tantos escritores
portugueses e estrangeiros, para além do Editorial sempre muito interessante do
Carlos Vaz Marques.
Irei apenas referir os contos de que mais gostei: o conto de
A. M. Pires Cabral, muito forte, muito consistente, muito completo; o conto de
Robert Macfarlane, muito interessante; o conto de Helen Simpson, estranho e
muito curioso; gostei do conto do William Boyd; não gostei nada do conto de
Antónia Pellegrino, pelo tema e pela realidade que descreve; adorei os contos
do José Rico Direitinho, do Colin Thubron, da Dulce Maria Cardoso, do Mário
Cláudio e achei interessantes os contos da Ana Teresa Pereira e do Nuno Júdice.
De muito boa leitura, recomendo mais este número da GRANTA, da qual renovei a assinatura,
pois permite-nos ir tomando contacto com novos e também já consagrados
escritores…
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