Iniciei
a leitura da obra O Segundo Sexo de
Simone Beauvoir e só me ocorre perguntar: por onde tenho andado? Que caminhos percorri
até chegar a esta espantosa obra? E não foi por falta de aviso e de
recomendação!
Leio
na contracapa do livro:
“O Segundo Sexo é uma obra essencial do feminismo e dos estudos de género, e
as suas considerações acerca dos condicionamentos sociais que levam á
construção de categorias como «mulher» ou «feminino» - e que estão na base da
opressão das mulheres – são hoje amplamente aceites.”
E
de acordo com a autora, o livro foi escrito nos anos de 1948-1949.
Em
minha opinião permanece atualizadíssimo!
Para começar aprendi uma nova palavra:
Alteridade, o que, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa,
2002, significa:
“1. Natureza ou condição do que é outro, do
que é distinto. 2. Situação, estado ou qualidade que se constitui através de
relações de contraste, distinção, diferença [Relegada ao plano de realidade não
essencial pela metafísica antiga, a alteridade adquire centralidade e
relevância ontológica (parte da filosofia que estuda a natureza do ser) na
filosofia moderna e especialmente na contemporânea.”
Um
conceito importante para a autora.
Por
exemplo:
“Porque
não contestam as mulheres a autoridade do macho? Nenhum sujeito se coloca
imediata e espontaneamente como não-essencial; não é o Outro que, definindo-se
como Outro, define o Um; ele é posto como Outro pelo Um definindo-se como Um.
Mas para que o Outro não se transforme no Um é preciso que se sujeite a esse
ponto de vista alheio. De onde vem essa submissão na mulher?”
Ou:
“O
casal é uma unidade fundamental cujas metades se acham presas indissociavelmente
uma à outra; nenhum corte é possível na sociedade por sexos. É isso que caracteriza
fundamentalmente a mulher: ela é o Outro dentro de uma totalidade cujos dois
termos são necessários um ao outro.”
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