Inserido na coleção “Clássicos para Leitores de
Hoje”, da editora Relógio D’Água, este pequeno romance (151 folhas), entrou no
meu radar desde que o vi enunciado na página da editora, em novembro de 2017,
adquiri-o logo.
Achei curioso que uma obra que versa sobre uma
determinada época da história europeia (1678), ainda seja editada nos nossos dias.
Mais tarde compreendi o porquê da sua
importância, para os entendidos trata-se de uma obra precursora “(…) do
romance de análise psicológica (…)”.
Também quero confessar-vos que me identifiquei,
com as devidas proporções, com as ações e os valores que tão bem a autora,
Madame de Lafayette (1634-1693) carateriza a protagonista, a Princesa de Clèves.
Madame de Lafayette, é por si só, uma figura singular
na sociedade do seu tempo, culta, avessa a artificialismos e aparências, nunca
apreciou o modo de viver da corte e de todos aqueles que dela faziam parte.
Deste modo, através de criação literária, Madame
de Lafayette pode construir uma história de amor desencontrado e trágico, espelhando
o seu modo de ver a vida e as relações entre mulheres e homens, casamentos, amantes e
galanterias na nobre sociedade de então.
“(…) é a história de uma luta interior entre a
razão e o efeito devastador da paixão. Ou, se preferir, a história do conflito
entre a força asfixiante dos costumes e exuberante espontaneidade dos
sentimentos.”
Apreciei bastante a escrita, mesmo sentindo-me
por vezes perdida no meio de tanta intriga e títulos nobiliárquicos.
Termino esta breve reflexão concluindo que vale
muito a pena descobrir “A Princesa de Lafayette”, de Madame Lafayette.