Todo
o anjo é terrível. E todavia, ai de mim,
a
vós cantei, ó aves quase mortais da alma,
sabendo
como sois. Onde param os dias de Tobias,
quando
lá estava um dos mais radiosos, à porta simples da casa,
meio
disfarçado para a viagem e já não mais aterrador;
(jovem
para o jovem, ao mirar curioso para fora).
Desse
o arcanjo agora, o perigoso, de detrás das estrelas,
um
só passo a descer delas para cá: de tão forte sobressalto
se
nos destruiria o próprio coração. Quem sois vós?
Cedo
afortunados, vós, acarinhados da criação,
linhas
de altura, cumes da manhã
de
todo o começo, - pólen da divindade em flor,
charneiras
da luz, passagens, escadas, tronos,
espaços
feitos de ser, escudos da glória, tumultos
do
sentimento arrebatado em tempestade e de repente, avulsos,
espelhos,
os que a própria beleza irradiada
voltam
a haurir na própria face.
[…]”
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