O
objetivo inicial era terminar a leitura deste romance policial hoje de manhã,
sentada de frente para o Atlântico, na praia Formosa no Funchal, o mesmo oceano
que banha a cidade de Casablanca e o mesmo oceano que banha o Porto, cidade
central na trama dos policiais de Francisco José Viegas, em que o
personagem principal, o inspector Jaime Ramos, vive e trabalha.
Para
além do rio Douro, onde nas suas margens se deu um dos dois homicídios, o outro
ocorreu mais a Sul, nas termas de Vimioso.
Porém,
distrai-me - as águas estavam divinais e transparentes -, e vim a terminá-lo já
em casa durante a tarde…
A
história, o enredo, leva-nos até à América Central e do Sul e principalmente a
Luanda, percorrendo a história contemporânea de Portugal, a guerra colonial, o
25 de Abril, a descolonização, oferecendo-nos uma perspectiva da vida de certos
portugueses, sempre em busca de uma vida melhor, a par de fugirem de si
próprios.
Um
enredo político, uma visão dos segredos ligados ao comunismo, à
clandestinidade.
Gosto
das histórias e da forma de escrever deste escritor, páginas que parecem
argumentos cinematográficos, muito descritivos e sentidos. Gosto também do
inspector Jaime Ramos, das suas amarguras, dúvidas e fraquezas, muito humano.
Recomendo
a leitura de O Mar em Casablanca, deixando-vos ir ao sabor das ondas do
nosso oceano…
Ouvi falar com conhecimento de causa sobre o género policial desenvolvido por Francisco José Viegas numa conferência internacional realizada no Funchal. Fiquei com curiosidade de ler a sua obra assim que a ocasião se proporcionasse. Já lá vão alguns anos e ainda estou por fazê-lo. Quem sabe se ao deparar-me com este texto numa livraria não lhe pego de vez para começar a viagem pela república destas letras há tanto adiadas...
ResponderEliminarObrigada pelas suas palavras, Artur. Acho uma excelente ideia...
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