Uma
fabulosa e desassombrada entrevista de Maria Teresa Horta (MHT) a propósito do
seu mais novo romance “Anunciações”:
«A
Maria de MTH não diz “Faça-se em mim a vontade do Senhor. Ela é “desobediência”,
“desejo”, “sexualidade”. E no princípio, era “mulher”. Assim a poetisa e
ficcionista reescreve uma das passagens da Bíblia mais celebradas por poetas,
pintores e escultores, a Anunciação do Anjo a Maria, contando outra narrativa,
com a intensa beleza da sua palavra poética, o entendimento feminista e a
ousadia de questionar tabus, mitos, a história de “abusos” da sociedade patriarcal.
Para ela, Maria foi a primeira feminista, Jesus Cristo não é o filho de Deus,
mas da sua paixão pelo anjo Gabriel, tornado humano na relação com ela. E é
isto que anuncia. Porque as anunciações não são apenas ofício de anjos, mas de
poetas, como garante. E os poetas, diz, são a “esperança do mundo”.”
“Segundo
a Bíblia, Maria diz “Faça-se em mim a vontade do Senhor”. E eu digo que não o disse.
A minha paixão por Maria vem precisamente do facto de achar que ela foi a
primeira mulher que diz”não, Em mim faz-se o que eu quero”.
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