“
Toda a cultura real trabalha para a libertação do homem e por isso é, na sua
raiz, revolucionária.
Sem
liberdade crítica não há cultura verdadeiramente participante.
Queremos
uma relação limpa e saudável entre a cultura e a política. Não queremos
opressão cultural.
Também
não queremos dirigismo cultural. A política sempre que quer dirigir a cultura,
engana-se. Pois o dirigismo é uma forma de anticultura e toda a anticultura é reaccionária.
O
poder totalitário persegue o intelectual e procura manipular a cultura. A
sociedade burguesa marginaliza a cultura, transformando-a em luxo.
A
liberdade de ensinar e de aprender decorre naturalmente da liberdade de
inventar e criar e divulgar. Aliás, aprender e ensinar não são apenas direitos,
mas também deveres. E, paralelamente, ensinar é pôr a cultura em comum, e não
apenas a cultura já catalogada e arrumada do passado, mas também a cultura em
estado de criação e busca.
Não
devemos temer os perigos da liberdade. O temor dos inimigos da liberdade e do
uso que da liberdade possam fazer não pode levar-nos a destruir à partida a
nossa pobre liberdade de inventar, imaginar, participar.”
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