Aquele parece-me
ser igual aos deuses,
o homem que à
tua frente
está sentado e
escuta de perto
a tua voz tão suave
*
e o teu riso
maravilhoso, na verdade isto
põe-me o coração
a palpitar no peito.
Pois quando te
olho num relance, já não
consigo falar:
*
a língua se me
quebrou e um subtil
fogo de imediato
se pôs a correr debaixo da pele;
não vejo nada
com os olhos, zunem-me
os ouvidos;
*
o suor
escorre-me do corpo e o tremor
me toma toda.
Fico mais verde do que a relva
e tenho a
impressão de que por pouco
que não morro.
Safo
[Ilha de Lesbos,
segunda metade do século VII a.C.]
[Poesia Grega,
Tradução de Frederico Lourenço, Livros Cotovia, 2006]
in revista Ler, nº
183, Verão de 2015.
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