sábado, 8 de junho de 2019

Livro: O Vale da Paixão, Lídia Jorge, Círculo de Leitores, 1999.


Quando nos chamam a atenção para um novo escritor, adquirimos algumas das suas obras, para um de nós, o desfrute é imediato, para o outro, as novidades adormecem na estante a aguardar oportunidade, foi o que aconteceu com Lídia Jorge, quando foi publicado A Costa dos Murmúrios (1988), compramos, o Luis leu, mas eu não.

Seguiu-se a aquisição de Noticia da Cidade Silvestre, O Vale da Paixão e a Última Dona, todos lidos e apreciados apenas pelo Luis.

Finalmente, ao fim de quase três dezenas de anos, descobri a escrita de Lídia Jorge, comecei por A Costa dos Murmúrios, seguiram-se os outros livros que havíamos comprado e ontem à noite conclui a leitura do quarto e último livro, O Vale da Paixão.

Neste romance, “As palavras são medidas a dedo para servir uma ação que corre a grande velocidade. Com a respiração suspensa, ouvimos os passos dos descendentes de Francisco Dias a ecoar pela casa de São Sebastião de Valmares. O som regular do pé boto de Custódio, as passadas leves de Maria Ema ou o toque dos pés descalços de Walter enquanto sobe as escadas para se encontrar com a filha, aquela que o obrigam a chamar “sobrinha”. Aqui uma triangulação amorosa serve “o desejo contido de tragédia que existe no seio de cada família.” Filipa Melo, in Visão. 

Com uma escrita encantatória, poética, Lídia Jorge conduz-nos através de um enredo familiar, que a todo o momento parece que vai acabar em tragédia, mas, tal nunca se vem a verificar.

Uma história complexa de amores e ódios, partidas e regressos, fugas e esperas.

Gosto muito da forma de escrever de Lídia Jorge, recomendo vivamente a sua leitura…


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