Quando nos
chamam a atenção para um novo escritor, adquirimos algumas das suas obras, para
um de nós, o desfrute é imediato, para o outro, as novidades adormecem na
estante a aguardar oportunidade, foi o que aconteceu com Lídia Jorge, quando
foi publicado A Costa dos Murmúrios
(1988), compramos, o Luis leu, mas eu não.
Seguiu-se a
aquisição de Noticia da Cidade Silvestre,
O Vale da Paixão e a Última Dona, todos lidos e apreciados apenas
pelo Luis.
Finalmente, ao
fim de quase três dezenas de anos, descobri a escrita de Lídia Jorge, comecei
por A Costa dos Murmúrios, seguiram-se os outros livros que havíamos comprado e
ontem à noite conclui a leitura do quarto e último livro, O Vale da Paixão.
Neste romance, “As palavras são medidas a dedo para servir
uma ação que corre a grande velocidade. Com a respiração suspensa, ouvimos os
passos dos descendentes de Francisco Dias a ecoar pela casa de São Sebastião de
Valmares. O som regular do pé boto de Custódio, as passadas leves de Maria Ema
ou o toque dos pés descalços de Walter enquanto sobe as escadas para se
encontrar com a filha, aquela que o obrigam a chamar “sobrinha”. Aqui uma
triangulação amorosa serve “o desejo contido de tragédia que existe no seio de
cada família.” Filipa Melo, in Visão.
Com uma escrita
encantatória, poética, Lídia Jorge conduz-nos através de um enredo familiar,
que a todo o momento parece que vai acabar em tragédia, mas, tal nunca se vem a
verificar.
Uma história
complexa de amores e ódios, partidas e regressos, fugas e esperas.
Gosto muito da
forma de escrever de Lídia Jorge, recomendo vivamente a sua leitura…
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