Conclui esta manhã bem cedo a leitura deste pequeno
e inquietante romance.
Os romances de Maria Teresa são assim, plenos de
emoções contraditórias, ora somos invadidos por uma angústia e um desespero
pelas suas personagens tomadas pela dor, o nojo, a tristeza, o desespero e pela
brutalidade, a violação, o cerceamento, que muitíssimas mulheres têm
experimentado ao longo dos tempos ou para alegria de todas nós, suas devotadas
e agradecidas leitoras, somos invadidas por momentos de puro êxtase erótico.
“A mulher
vagueia no universo repressivo da casa. Poderia ser a mesma onde a avó fora
morta pelo avô, ou de onde a mãe saíra, louca, para o hospital psiquiátrico.
Ema é o nome de todas elas. Como o da antepassada tomada pelo terror após ter
parido uma menina, sem dar ao homem com quem casara um filho varão. É esse
espaço de violência que vai alimentando o ódio na paixão que a última das Emas
tem pelo marido. Um ódio crescente que a impele, implacável, para a violência,
para o assassínio dele. Uma morte desfrutada, dir-se-ia gozada, por um olhar
onde, apesar de tudo a paixão perdura…”
Maria Teresa Horta escreve para todas as
mulheres e todos aqueles homens que amam verdadeiramente as mulheres.
“Eu falo
das vozes que as bruxas e as santas ouviam. As histéricas. As loucas.”
São romances terríveis e ainda assim sublimes.
Recomendo vivamente que descubram a escrita e a
mensagem de Maria Teresa Horta, a nossa querida poetisa.
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