sábado, 5 de abril de 2025

Leituras

Ontem levantei-me muito cedo para trabalho aduaneiro no porto de cruzeiros, amanhã, irei levantar-me ainda mais cedo para a mesma função, ossos do ofício.

Hoje, o tempo é todo meu, depois das habituais tarefas domésticas, sentei-me para acabar de ler “Tudo isto é Sarah”, de Pauline Delabroy-Allard, uma estreia, um espanto de leitura, de escrita, de enredo, a música de Enio Morriconne casou na perfeição com esta leitura!

“A escrita de Delabroy-Allard - na sua precisão obsessiva, semeada de referências para serem decifradas pelos grandes leitores - é toda movimento, ritmo, sem pausas. […] Morrer de amor: algo que não acontece só aos outros.”

Segue-se outra estreia, “O Vale dos Assassinos”, de Freya Stark.

Freya Stark, nasceu a 31-01-1893, em Paris, filha de um pintor britânico e de uma italiana de ascendência germano-polaca.

“Foi uma mulher de enorme coragem, decidida a explorar zonas remotas do mundo islâmico entre salteadores armados e tribos hospitaleiras. Procurava compreender os costumes dos povos que encontrava e integrar-se nas comunidades locais.”

Em minha opinião, turismo de verdade.

Uma leitura que promete! 



quarta-feira, 2 de abril de 2025

Leituras

 Acabei de ler a biografia romanceada “Paula Rego, A Luz e a Sombra, Uma Forma de Olhar”, de Cristina Carvalho.


“(…) os meus quadros representam e apresentam a vida tal como ela é: grotesca, disforme, raras vezes amena ou calma. Tal e qual como na literatura. Aliás, sem a literatura eu não existiria como artista da pintura. É esta a minha principal e primitiva fonte de inspiração.

E quem não perceber isto, jamais me perceberá.”

A Cristina Carvalho põe muito de si nesta obra, consigo senti-lo. Gosto de a ler, da sua escrita.

Aprendi muito sobre uma artista e uma mulher que adoro, a Paula Rego.

Recomendo vivamente.

Regresso ao meu plano de leituras no feminino - escritoras estrangeiras, com mais uma estreia: “Tudo isto é Sarah”, de Pauline Delabroy-Allard.

“A história de uma paixão hipnótica, uma estreia literária fulgurante, a comparação aos grandes escritores: todos os ingredientes que fazem de [a autora] uma das grandes vozes da nova literatura francesa.”

Promete!



sábado, 29 de março de 2025

Feira do livro do Funchal

 Ainda não é o último livro de Germano Almeida, o tal da polémica, mas gostei muito de escutar o escritor cabo-verdiano.

Atrás do “Infortúnios de um Governador nos Trópicos”, veio um título de uma escritora cabo-verdiana, “A Matriarca”, de Vera Duarte, será uma estreia…





Feira do livro do Funchal

 Atrás da biografia de Camões, veio a biografia de Agustina Bessa-Luis, também de Isabel Rio Novo, adoro a Maria Agustina.

Gostei muito de conhecer a escritora, a sua forma clara, fluente e muito graciosa de expor o seu trabalho.

Obrigada, Isabel Rio Novo.





Um ótimo final de tarde! Amanhã há mais…




 

segunda-feira, 24 de março de 2025

Leituras

Terminei a leitura de “Morte na Pérsia”, de Annemarie Schwarzenbach, não chegaram a 150 pág., uma leitura de viagens por terras da antiga Pérsia, atual Irão.

Annemarie S. fugia do crescimento do nazismo na Europa, de si própria, da depressão, foi uma leitura melancólica, onde a terra, o vento, as montanhas, a arqueologia se misturam com as emoções mais profundas e angustiantes da autora.

Recomendo vivamente.

Apesar de seguir um plano de leituras no feminino - escritoras estrangeiras, apeteceu-me mudar um pouco as agulhas e ir ao encontro de “Paula Rego, A Luz e a Sombra, Uma Forma de Olhar”, de Cristina Carvalho, um romance biográfico de uma pintora brutal e cheia de significado. Adoro-a.



sábado, 22 de março de 2025

Leituras

 Durante o serão de ontem conclui a leitura de “O Mundo em que Vivi”, de Ilse Losa.

Este livro entrou cá em casa por ser uma leitura recomendada para o 8 ano de escolaridade, há quase 20 anos. 

Razão tinha Cristina Carvalho, escritora, qdo afirmou em Tertúlia recente que este livro é muito mais do que uma leitura para jovens adolescentes, de facto, é um romance de uma claridade que vai escurecendo à medida que acompanhamos o percurso de uma jovem judia alemã desde os finais da 1 Guerra Mundial, a emoção cresce e culmina no momento que em que se vê obrigada a deixar o país sob ameaça de um destino trágico num campo de concentração.

Numa escrita transparente somos transportados de um ambiente rural para uma cidade como Berlim que caminhava para tempos sombrios.

Recomendo vivamente!

Esta tarde dediquei-me a “Morte na Pérsia”, de Annemarie Schwarzenbach, por alguns considerada, durante meio século, um dos segredos mais bem guardados da literatura europeia.

Tb foi escrito na primeira metade dos anos 30.   A autora parte da Europa, suissa, parte para tentar escapar à ascensão alarmante do nazismo na Europa mas tb à família, à infelicidade amorosa e à sua própria depressão…



domingo, 16 de março de 2025

Leituras.

A leitura de “Persuasão”, de Jane Austen chegou ao fim, Austen descreve magistralmente uma sociedade de classes, convenções e preconceitos, o papel da mulher na sociedade vitoriana, as relações sociais, pessoais e amorosas, numa escrita que nos encanta!

Depois de assistir recentemente a uma Tertúlia Literária na livraria Snob, cujo tema foi a condição de “exílio” de Ilse Losa em Portugal e, eventualmente, de Paula Rego em Londres, impunha-se reler “O Mundo em Que Vivi”, um romance auto-biográfico, que retrata a primeira infância rural de uma judia, pelos finais da Primeira Guerra Mundial, até ao avolumar de crises (inflação, desemprego, assassínio de Rathenau, aumento de influência e vitória dos Nazistas), que por fim obrigam ao exílio mesmo na iminência de um destino trágico num campo de concentração.

Promete! 




terça-feira, 4 de março de 2025

Leituras

 Às vezes sinto a necessidade de intercalar leituras, pode acontecer quando um dos tomos pelo número de pág não se torna prático ler deitada, ou como no caso em apreço, uma das leituras, consiste num ensaio em que a autora, Simone Weil, reflete sobre “as riquezas espirituais do catolicismo”.

Para “descontrair” escolhi a “Canção Doce”, de Leïla Slimani, uma estreia, vamos ver como corre…

Ps: “A experiência de Deus”, de Simone Weil e “Canção Doce”, de Leïla Slimani.





domingo, 2 de março de 2025

Leituras

Terminei a leitura de “Love”, de Toni Morrison, com uma temática sempre difícil de ler: a negritude nos anos 60/70 nos Estados Unidos:

“A imaginação de Morrisson é admirável e a sua técnica narrativa, como sempre, poderosa: um caleidoscópio de pontos de vista oferece perturbadoras pistas sobre o passado, enquanto os detalhes se acumulam até ao aparecimento de um quadro surpreendente”, escreveu o “The Telegraph”.

Recomendo a sua leitura.

Prosseguindo com o meu plano de leituras no feminino - escritoras de língua estrangeira, segue-se:

Gostei tanto de ler “A Madrugada em Birkenau”, de Simone Veil, um relato auto-biográfico, começando pela sua deportação, a vida nos campos de concentração de Drancy, Auschwitz-Birkenau, Bobrek e Bergen-Belsen, e o impacto destes acontecimentos na vida que se lhes seguiu, que não resisto a regressar a Simone Veil iniciando a leitura de “A Experiência de Deus”, um texto que faz parte dos “Cadernos de Marselha”, escritos no inverno de 1941-42. 



Aquisições

Viva, bom domingo, caros amigos!

Ele chegou bem e com ele trouxe dois presentes, dois títulos/duas estreias, uma norte-americana e uma francesa, entram diretamente para o meu plano de leituras no feminino - escritoras de língua estrangeira.

Prometem! 




quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Leituras

Terminei a leitura de “Cartas da Prisão”, por Rosa Luxemburgo, pouco mais de 100 pág, trata-se de uma compilação de cartas enviadas por Rosa L. a Sophie Liebknecht (1884-1964), a segunda mulher de Karl Liebknecht, um dos principais aliados de Rosa L. na sua luta política. Esta correspondência refere-se a um período em que Rosa L. esteve detida nas prisões de Berlin, Wronke e Breslau, de julho de 1916 até meados de outubro de 1918, pouco antes da sua libertação no dia 8 de novembro.

O que mais me surpreendeu nesta leitura foi o conhecimento demonstrado com a minuciosa discrição das árvores e das flores e das plantas, o encanto que sentia com tudo o que observava a partir dos pátios das prisões por onde passava. 

Foi uma grande leitora, escolhia, solicitava, aconselhava o que podia ou devia ler a sua querida amiga Sophia que recuperava de doença pulmonar e paralelamente de melancolia.

Foi uma leitura cheia de significados.

Recomendo vivamente!

A leitura que se segue entrou diretamente para o meu plano de leituras no feminino - escritoras estrangeiras, uma aquisição a pedido da filha, em 2011, “Love”, de Toni Morrison, foi Prémio Pulitzer e Prémio Nobel, em 1993.

A ver vamos… 



sábado, 15 de fevereiro de 2025

Leituras

 Terminei a leitura de “O Preço do Sal”, de Patrícia Highsmith, adquirindo em maio de 1993, não recordo se o cheguei a ler à data.


Da escritora conheço bem os policiais, não é caso: “Em 1952, disse-se de “O Preço do Sal” que era o primeiro livro gay com um fim feliz.”

“(…) um texto cheio de sensibilidade e ternura sobre uma relação amorosa entre duas mulheres. Uma história, portanto, sobre uma relação lésbica, mas encarada de uma maneira diferente daquelas que haviam sido publicadas até aí. Porque esse relacionamento amoroso era encarado pela primeira vez sem se basear no escândalo sexual, não querendo nunca explorar o lado das relações eroticamente ousadas.” 

Maria Teresa Horta

Só me resta recomendar vivamente a sua leitura!

Segue-se “Cartas da Prisão”, de Rosa Luxemburgo, uma leitura totalmente diferente.

Rosa Luxemburgo foi uma das mais singulares socialistas do século XX. Opôs-se tanto ao revisionismo de Bernstein quanto ao centralismo de Lenine, defendendo a ação autónoma dos trabalhadores.

Promete, não acham?!



sábado, 8 de fevereiro de 2025

Leituras

Conclui a leitura de “Sobre as Mulheres”, de Susan Sontag, um conjunto 7 ensaios e duas entrevistas, em torno da “questão das mulheres”: os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema.

“Susan Sontag foi uma das pensadoras mais poderosas, originais e influentes do século XX.”

Recomendo vivamente!

Prosseguindo com o meu plano de leituras no feminino - escritoras estrangeiras, regresso a Patrícia Highsmith, com “O preço do sal”, um policial. 

Maria Teresa Horta escreveu o Prefácio, em 24-05-1989. 

Promete!



sábado, 25 de janeiro de 2025

Leituras

 Um livro extraordinário (O Acontecimento, de Anne Ernaux), não posso trazer aqui todas as palavras, apesar de possuir apenas 86 pág, deixo apenas estes 2 parágrafos, para reflexão:

“E, como sempre, seria impossível determinar se o aborto era proibido porque estava errado, ou se estava errado porque era proibido. Julgava-se em conformidade com a lei, não se julgava a lei.”

“Hoje reconheço que precisei de sofrer essa provação para desejar ter filhos. Para aceitar, no meu corpo, essa violência da reprodução é, por sua vez, transformar-me em lugar de passagem de gerações.”

Recomendo vivamente.

Ps: tinhas razão, Alexandra.



Singularidades

 Olá!

Registadas as leituras e as aquisições, as primeiras do novo ano, munida de uma chávena de chá verde, ao som de Miles, estou como sou, uma leitora agradecida a todos os escritores que fazem dos meus dias um encantamento permanente!




sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Leituras.

Conclui esta leitura: um documento bem construído e fundamentado.

Recomendo vivamente.



quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Aquisições

Foi um ótimo final de tarde, na companhia da Valentina Silva Ferreira, demais convidadas e muito público!

Quanto mais conheço a Valentina, mais gosto desta jovem escritora madeirense, promete!

Quem me conhece sabe que não recuso um convite para conhecer e conversar sobre livros, leituras e escritoras(es).

De caminho trouxe as 2 primeiras aquisições do Novo Ano, recomendações da querida Caroline, e da própria Valentina! 






sábado, 4 de janeiro de 2025

Leituras

 Farto-me de viajar através das minhas leituras, assim, passei do Ano Velho para o Novo Ano, no Canadá, com os “Contos Completos”, de Lydia Davis, à noite dou um salto até à velha Albion, ao encontro de “ Mrs. Dalloway”, de Virgínia Woolf.

Agora que terminei a viagem pelo Quebec/Canadá, vou até Vämland/Suécia, para reencontrar Selma Lagerlöf e o seu livro de contos “O Livro das Lendas”!