A leitura que
conclui ontem ao serão, fez-me companhia nestes últimos dias, dias tensos e
tendencialmente preocupantes, não só pela já declarada pandemia, como ainda na
Região sofremos um valente susto com um sismo que ocorreu no sábado à noite, vivemos
tempos aziagos.
Quanto à
leitura que terminei, publicada pela primeira vez em 1875, integra a nova
Coleção Terra Incógnita/Literatura de Viagens, da Quetzal.
Nesta obra,
Ramalho Ortigão (1836-1915), percorre o nosso país de lés-a-lés dando-nos a
conhecer as Termas/Banhos de Caldas existentes e procuradas, ainda que umas
mais procuradas do que outras, pintando um retrato muito elucidativo e
informativo da localização das fontes, das caraterísticas químicas das
diferentes águas termais (referenciando sempre as fontes), descrevendo as
localidades e os acessos, os diferente tipos de alojamento, os equipamentos existente
para os “aquistas” puderem distrair-se e ocupar os tempos livres entre os
respetivos tratamentos internos e externos/banhos.
“Minuciosa,
comovente e divertida, numa viagem paciente e estival pelo mapa curativo das
águas medicinais e das termas portuguesas.”
“As
descrições estão escritas com uma elegância que faz crescer o desejo de visitar
as localidades: têm a graça pitoresca que dá a feição do sítio.”
Numa escrita
por vezes irónica e divertida “A prosa elegante de Ramalho leva-nos em
viagem pelo país fora, com descrições apuradas e informações que não se desatualizaram.
Mais do que um guia de viagem, é a evocação de um tempo de paragem no ritmo da
nossa vida, celebrando a antiga sabedoria termal, o contacto com a Natureza, a
busca da tranquilidade, os «tratamentos de beleza», a meditação e os passeios
entre os bosques, além da «alimentação saudável». Pura beleza então.”
Uma leitura
muito apropriada para os tempos que vivemos, recomendo…
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