NATAL
Se considero o triste abatimento 
Em que me faz jazer minha desgraça, 
A desesperação me despedaça, 
No mesmo instante, o frágil sofrimento. 
Mas súbito me diz o pensamento, 
Para aplacar-me a dor que me trespassa, 
Que Este que trouxe ao mundo a Lei da Graça, 
Teve num vil presente o nascimento.
Vejo na palha o Redentor chorando, 
Ao lado a Mãe, prostrados os pastores, 
A milagrosa estrela os reis guiando.
Vejo-O morrer depois, ó pecadores, 
Por nós, e fecho os olhos, adorando 
Os castigos do Céu como favores.
Manuel Maria Barbosa du Bocage
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