segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Livro: A Condição Humana, Hannah Arendt, Relógio D’Água, 2001.


Terminei ontem à tarde a leitura do meu primeiro ensaio filosófico, dediquei-lhe 29 dias, quase todo o querido mês de agosto. Habitualmente, não gozamos férias durante este mês, de maneira que quase todo o meu tempo livre foi passado a descodificar as ideias de Hannah Arenth. Avisaram-me que não seria uma leitura fácil, mas resolvi seguir em frente, foi uma descoberta.

De acordo com a autora, este livro é uma compilação de um naipe de conferências realizadas, em abril de 1957, na Universidade de Chicago.

Este ensaio deu-me a conhecer um mundo novo, pensar quem somos e quem queremos ser no futuro.

Tudo começa quando, em 1957, o homem lança o primeiro satélite para o espaço e aí, durante um certo período de tempo, executa uma trajetória ao redor da terra.
Numa reação normal ao acontecimento, um jornal norte-americano de grande tiragem escreve em letras garrafais na primeira página «o primeiro passo para libertar o homem da sua prisão na Terra».

A Terra «a própria quinta-essência da condição humana», é, ao que sabemos, o único planeta onde é possível viver sem esforço ou quaisquer artifícios.
São os artifícios humanos que nos separam dos restantes animais que tal como nós habitam este planeta, mas a vida que existe fora do mundo artificial mantém-nos ligados aos outros seres vivos.

O homem pretende fugir da prisão eterna usando a ciência, e através da ciência o homem quer deixar de ser um «filho da natureza» criando vida numa proveta.

A autora reflete sobre o que parece ser «uma rebelião [do homem] contra a existência humana tal como nos foi dada – um dom gratuito vindo do nada (secularmente falando), que ele deseja trocar, por assim dizer, por algo produzido por ele mesmo».

«Trata-se apenas de refletir sobre o que estamos a fazer

Desafiante, reflexivo, extraordinariamente interessante, recomendo uma leitura cuidadosa…


2 comentários:

  1. Sugestões, sugestões, sugestões! Quantas horas teria de ter o dia para segui-las a tidas? Continuação de boas leituras | Continuação de boas escritas...

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    1. Promessas, promessas de descobertas praserosas, do muito que se nos oferece! Haja tempo, que vontade não falta!

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