Ontem
à noite terminei um romance cuja leitura me fascinou mas da qual não gostei.
Um
pouco confuso, eu sei, mas a literatura é assim, podemos gostar da forma, mas
não do conteúdo.
Especialmente
se retrata uma época como a vitoriana, um tempo cheio de contradições, de
limites, de transgressões, um tempo em que as mulheres eram renegadas para
segundo plano, eram meros ornamentos, mas, só nas classes consideradas
superiores, porque as mulheres do povo eram só isso, povo.
Oscar
Wilde afirmava que «Basil Hallward é aquilo que eu penso de mim, Lord Henry,
o que o mundo pensa de mim e Dorian é o que eu gostaria de ser noutra época,
talvez».
O Retrato de Dorian Gray foi publicado em finais do séc. XIX (1891) é um romance que
arrisca tudo ao enaltecer o estoicismo, o dandismo e a abordar pela primeira
vez na literatura inglesa, a homossexualidade.
Considero
admirável a forma como Wilde enaltece o hedonismo, ao defender que o único
propósito da vida é o prazer e a beleza, mas, só para alguns, os entes
superiores, os elegantes.
Felizmente
as sociedades evoluíram, procurando envolver todos os cidadãos na construção de
uma vida confortável, em que todos tenham direito a desfrutar e a sentir prazer
perante a beleza.
Termino,
reafirmando o que escrevi ao inicio: senti-me fascinada com a leitura de O
Retrato de Dorian Gray, mas não gostei do que li…
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