Foram
poucos, muito poucos, os livros que fizeram vibrar as cordas mais íntimas do
meu ser, Moderato Cantabile, de Marguerite Duras, consegui-o.
Um
romance com 81 páginas, lido e relido, sofregamente, nem acreditava no que me
estava a acontecer, a sentir, a voar, a viver.
Uma
estória de amor, pleno de sensualidade e de álcool, uma escrita desconstruída,
no tempo, na ação, nas personagens.
De
Duras, li há muitos anos O Amante da China do Norte e mais recentemente Olhos
Azuis Cabelo Preto. Do primeiro pouco recordo, agora, mais do que nunca,
sinto necessidade de retornar a ele, do segundo, senti que foi uma leitura algo
difícil, um texto muito desestruturado, hermético.
Para
alguns, Moderato Cantabile é o seu melhor romance, não sei, talvez. Eu
gostei muito.
“O fogo alimenta-lhe o ventre de feiticeira, ao contrário das outras. Os seios tão pequenos de cada lado desta flor tão pesada ressentem-se do facto de estar mais magra e doem-lhe. O vinho escorre na boca, cheia de um nome que ela não pronuncia. Este facto silencioso quebra-lhe os rins.”
Recomendo
com urgência que leiam...
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