Após
uma viagem ao Japão pela mão de Murakami, acompanhei Paul Bowles até Marrocos,
mais precisamente até Fez, uma cidade muito antiga, milenar, ocupada nos anos
cinquenta, pelos franceses.
A Casa da Aranha foi a minha
última leitura, uma obra muito interessante e muito atual, versando sobre “…o encontro e o conflito entre
civilizações…”.
Numa
narrativa muito bem estruturada, Bowles, leva-nos ao âmago da cultura árabe e
do conflito que se estabeleceu entre os nativos marroquinos e os colonizadores
franceses.
“Islamismo, a religião da resignação. Jamais
ocorrera a Stenham que a palavra «islamismo» realmente significava «resignar-se.»”
“A cidade (Fez) ainda lá está. Já não é o
centro intelectual e cultural do Norte de África; é simplesmente mais uma
cidade atormentada pelos problemas insolúveis do Terceiro Mundo. Nem todas as
devastações causadas pela nossa impiedosa era são tangíveis. As formas mais
subtis de destruição, aquelas que envolvem somente o espírito humano, são as
que mais devem ser temidas.”
Paul
Bowles, Dezembro de 1981.
“O semblante daqueles que escolhem outros
patronos que não Alá é como o semblante da aranha quando ela forma para si uma
casa, e vede como a mais frágil de todas as casas é a casa da aranha, se eles
ao menos o soubessem.
Alcorão”
Foi
uma leitura inquietante e por esse facto recomendo a sua leitura.
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