segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Livro: A Casa da Aranha, Paul Bowles, Quetzal, 2014.

Após uma viagem ao Japão pela mão de Murakami, acompanhei Paul Bowles até Marrocos, mais precisamente até Fez, uma cidade muito antiga, milenar, ocupada nos anos cinquenta, pelos franceses.
A Casa da Aranha foi a minha última leitura, uma obra muito interessante e muito atual, versando sobre “…o encontro e o conflito entre civilizações…”.
Numa narrativa muito bem estruturada, Bowles, leva-nos ao âmago da cultura árabe e do conflito que se estabeleceu entre os nativos marroquinos e os colonizadores franceses.

Islamismo, a religião da resignação. Jamais ocorrera a Stenham que a palavra «islamismo» realmente significava «resignar-se.»”

A cidade (Fez) ainda lá está. Já não é o centro intelectual e cultural do Norte de África; é simplesmente mais uma cidade atormentada pelos problemas insolúveis do Terceiro Mundo. Nem todas as devastações causadas pela nossa impiedosa era são tangíveis. As formas mais subtis de destruição, aquelas que envolvem somente o espírito humano, são as que mais devem ser temidas.”

Paul Bowles, Dezembro de 1981.

O semblante daqueles que escolhem outros patronos que não Alá é como o semblante da aranha quando ela forma para si uma casa, e vede como a mais frágil de todas as casas é a casa da aranha, se eles ao menos o soubessem.
Alcorão”


Foi uma leitura inquietante e por esse facto recomendo a sua leitura.


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