domingo, 31 de março de 2024

Leituras

Iniciei a leitura deste “pequeno” romance histórico durante a viagem Ponta Delgada/Lisboa, com uma escrita cheia de deliciosos regionalismos açorianos deixei-me envolver por uma estória de emigração para o Brasil.

“Se os Açores são ilhas vulcânicas, os açorianos são as suas cinzas espalhadas pelo mundo.”

Agora que terminei a sua leitura constato que “A escravatura branca açoriana foi uma dura realidade e ainda persiste na memória coletiva.” 

Confesso que desconhecia que a emigração açoriana tivesse chegado a tanto.

Ter efetuado esta leitura logo após a nossa visita a 2 das 9 ilhas que compõem o arquipélago, provocou-me uma enorme admiração e ternura pelos seus habitantes.

“Os estrangeiros diziam que os Açores eram a morada fixa da melancolia, do fenómeno do insulismo, ou islandness: a paradoxal loucura feliz de se viver em ilhas. Podia também ser um anarquipélago.”

Conhecer pessoas/habitantes de lugares diferentes dos nossos e ler o que escrevem os escritores aí nascidos e criados, torna-se uma experiência que só a literatura nos pode proporcionar!

“Tratavam-se jocosamente uns aos outros, consoante as ilhas de origem: os inhameiros de S. Jorge; os tinhosos da Graciosa; os cachalotes do Pico; os lapujos das Flores; os cagarros de Santa Maria; os águias do Corvo; os alferes da Terceira; os contrabandistas do Faial; e os  almas de pau de São Miguel. Os micaelenses sempre foram muito distantes, e a explicação existe: habitam a única ilha do Arquipélago de onde mal se vê qualquer outra. Até quando se avista Santa Maria, a mais próxima - e tem de ser em sítio elevado, com céu limpo -, é profecia de chuva. Por isso, há uma sensação de se viver em território continental, na portugalidade, e de se dizer que os outros açorianos é que são das “ilhas”. Um problema de umbigo por falta de vizinhança.”

Muito aprendi com esta viagem a 2 ilhas do arquipélago açoriano (Terceira e S. Miguel), certamente ficou muito para conhecer e sentir, não falando das restantes 7, haveremos de regressar…

Agora vou regressar a Maria Velho da Costa, boa noite, boa semana e votos de um ótimo mês de abril, meus amigos!



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