sexta-feira, 1 de março de 2024

Há muito que admiro a Maria Teresa:

 “(…) Escreve poesia todos os dias e diz “eu sou a minha poesia”.

Não acumulou muitos prémios como poetisa, aliás não teve graças, prémios e homenagens até muito tarde na vida. Sempre foi uma pessoa incómoda. Não só pela ousadia de escrever poesia com um teor erótico explícito, aplicando palavras que estavam até aí fora do alcance das mulheres, como pelo sentido de paridade sempre presente no que escreve e no que diz, revelando a sua faceta feminista. Maria Teresa Horta defende a causa das mulheres, denuncia, reivindica. Há décadas que o faz: no período da ditadura, no pós-25 de abril, até aos dias de hoje. Nunca cedeu a pressões, mesmo percebendo que a sua liberdade de expressão prejudicava o seu percurso literário junto de alguns, entre estes a academia e a crítica. Não é, por isso e mais, uma mulher consensual. É uma mulher que sempre exibiu uma força tremenda, mesmo que as fragilidades não deixem de existir, e para quem a liberdade é o valor mais alto.”

in JL 1393-2024, O Chão fundador da obra, por Patrícia Reis.



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