domingo, 6 de maio de 2018

Livro: Mataram a Cotovia, Harper Lee, Relógio D’Água, 2013.

Depois deste período de férias que chega ao fim, vou sentir a falta dos fins de manhã, de tarde e dos serões passados a ler, ora na biblioteca/escritório, ora na sala e no quarto, mas sobretudo do tempo passado na varanda a ler ao som do dia-a-dia, dos pássaros e das crianças brincando no jardim.
Ontem à noite, depois de ter assistido a mais um concerto da Orquestra Clássica da Madeira, conduzida por um maestro convidado e solista virtuosíssimo - violino -, no Teatro Baltazar Dias, uma sala não muito grande, acolhedora, belíssima e com uma acústica fenomenal, e de jantar fora, um programa que adoro fazer, sentei-me confortavelmente no meu canto de leitura na sala e deixe-me envolver pelo formidável romance que iniciara no dia do Trabalhador: Mataram a Cotovia, de Harper Lee,
Um romance concluído em 1959, publicado em 1960 e premiado no ano seguinte com o Pulitzer de Ficção. Harper Lee publicou muito pouco e foi sempre avessa a entrevistas.

«O estilo de Harper Lee revela-nos uma prosa energética e vigorosa capaz de traduzir com minúcia o modo de vida e o falar sulista, bem como uma imensa panóplia de verdades úteis sobre a infância no Sul dos USA.» Times

Mais ainda, uma escrita fluída, onde o tema da descriminação racial paira do princípio ao fim do romance, escrever e defender a igualdade racial nos idos anos cinquenta deixa-nos a convicção de que a América tem salvação.

«À medida que fores crescendo, e durante todos os dias da tua vida, vais ver sempre homens brancos a enganar homens negros, mas deixa que te diga uma coisa que nunca mais vais esquecer… sempre que um homem branco fizer algo a um homem negro, independentemente da sua natureza, posição, riqueza ou linhagem familiar, esse homem branco nada mais é senão lixo.»

Termino recomendando vivamente a leitura deste fabuloso romance: Mataram a Cotovia, de Harper Lee…


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